A Prefeitura de Campinas lançou terça-feira, dia 15, uma cartilha dedicada ao tema do Junho Violeta, mês de conscientização sobre a violência contra idosos. A iniciativa teve o apoio do Recap (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo) de Campinas, que realizou a impressão de mil exemplares do material. O material pode ser acessado online no hotsite criado pela Secretaria Municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos de Campinas (https://smpdccampinas.wixsite.com/junhovioleta).
"O Junho Violeta tem se firmado como uma referência nos trabalhos de promoção da cidadania. Grande parte dos casos de violência ocorrem nas casas e temos de articular os serviços de proteção e amparo aos idosos para cultivar qualidade de vida e dignidade para essa população", afirmou Vandecleya Moro, secretária municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos de Campinas.
O lançamento da cartilha ocorreu no Creas (Centro de Referencia Especializado de Assistência Social ) Sul, região onde se registra o maior número de pessoas idosas vítimas de violência. Os exemplares serão distribuídos nas unidades especializadas da Prefeitura de Campinas.
Em Campinas, a Prefeitura dispõe dos serviços dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), dos Creas e, na prestação de serviços de alta complexidade, das Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) e do POP Rua, para aqueles em situação de rua.
Nos Cras, são oferecidos os serviços de convivência e fortalecimento de vínculos para idosos; orientação sobre o que fazer em casos de violência doméstica, elaboração do Cadastro Único; orientação sobre o Benefício da Prestação Continuada (BPC); ajuda para a solicitação do Cartão Nutrir Emergencial; orientação sobre os benefícios Sociais e Previdenciários; sobre Documentação Civil; sobre Políticas Públicas; e sobre as vagas em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). Nos Creas há o acompanhamento familiar, além do atendimento domiciliar para pessoas idosas e suas famílias.
Em situações de alta complexidade, há a internação em ILPIs. O idoso é encaminhado apenas após estudo, e que se verifica quebra do vínculo familiar, risco para a pessoa e/ou a violação de seus direitos. No Pop Rua há o encaminhamento para uma das instalações, que vai fornecer os seguintes serviços: armazenamento de pertences, higiene pessoal, alimentação e emissão de documentos. O Serviço POP RUA visa também a ressocialização desse idoso, para que não permaneça na rua.
Segundo dados do Sistema de Notificação de Violências (Sisnov) de Campinas, 90,63% dos casos de agressão a idosos ocorrem dentro de casa. O número de casos registrados no ano passado caiu 10,53%, de 114 para 102, mas os especialistas temem que esse número seja resultado de subnotificação por causa da pandemia de Covid-19.
Os dados do Sisnov também evidenciam que, entre os idosos, as mulheres são as maiores vítimas de violência, representando 80% dos casos, contra 20% dos registros em que o homem é vítima. O sexo feminino sofre 4 vezes mais situações de violência que o masculino.
"É preciso romper o ciclo do abuso e violência entre gerações. Temos de fazer do convívio uma experiência de afeto e sensibilidade", concluiu Vandecleya Moro.