O investimento em bioeconomia tem atraído interesse crescente no mundo todo e é discutido como um importante caminho para fomentar o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Afinal, o Brasil possui a maior biodiversidade do planeta, cerca de 20% do total, segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Debater as possibilidades econômicas da bioeconomia, com base no uso sustentável da biodiversidade e na diminuição das desigualdades sociais e territoriais, e apresentar soluções e novos negócios na área são alguns dos objetivos do Fórum de Inovação em Investimento na Bioeconomia Amazônica (F2iBAM), que ocorrerá entre os dias 14 a 25 de junho, de forma online, com a participação de especialistas nacionais e internacionais. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site www.bieconomiaamazonica.com.br. A transmissão dos painéis será realizada pelo canal da Revista Página 22 no YouTube.
Entre os destaques do Fórum está o painel "Inovação em investimentos em bioeconomia" - que ocorrerá no dia 14 de junho, das 11h às 12h30 (horário de Brasília) - com a apresentação de estudos que trazem reflexões sobre a necessidade de se pensar novos mecanismos de investimentos para a região amazônica. No dia seguinte, das 11h às 12h30, o painel "Investimento em bioeconomia em florestas tropicais: experiências latino-americanas" apresentará um panorama sobre o estado atual e as tendências do financiamento, e dos investimentos privados em bioeconomia na América Latina envolvendo recursos da cooperação internacional, filantropia, financiamento público e privado.
A importância da formação em bioeconomia amazônica será debatida ainda no segundo dia do Fórum, das 15h às 16h30, com a participação de profissionais com grande experiência na região compartilhando de forma prática e direta a relação entre o sucesso na bioeconomia na Amazônia e o capital humano. "Precisamos de mais pesquisadores, de pessoas estudando a biodiversidade e aprendendo a transformá-la em negócios, mas sem destruir. Temos que formar cada vez mais profissionais na área para termos uma mudança significativa nesse meio", diz Claudio Pádua, reitor da Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade (ESCAS), um dos palestrantes deste dia.
Já no terceiro dia, 16 de junho, das 11h às 12h30, o painel "Investimento em bioeconomia em florestas tropicais: experiências em outros continentes" discutirá tendências do financiamento e dos investimentos em florestas tropicais pelo mundo.
Neste mesmo dia, das 15h às 16h30, haverá um bate-papo dinâmico com troca de experiências em bionegócios sobre Castanha-do-Brasil, envolvendo instituições do Brasil e da Bolívia. Na quinta-feira, dia 17, das 11h às 12h30, o "Investimento de impacto na Amazônia: do chão da floresta ao ASG" será o tema do painel que debaterá desafios e soluções para investidores interessados em desenvolver uma nova economia, com aumento de renda da população local e redução da degradação ambiental. Finalizando o dia, das 15h às 16h30, o painel será sobre "Marcos regulatórios para a bioeconomia: oportunidades e desafios".
"Nós acreditamos que todos os esforços pela Amazônia devem ser incentivados, então queremos conhecer os desafios enfrentados, integrar a rede que apoia os projetos de desenvolvimento da floresta para alavancá-los, principalmente aqueles que estão ainda no início", explica Andrea Azevedo, do Fundo JBS e presença confirmada no evento.
O painel "Capital paciente: florestas nativas e o investimento de longo prazo" vai ser o destaque do último dia da primeira semana do Fórum, dia 18 de junho, das 11h às 12h30, trazendo experiências de investimentos de longo prazo na expansão de áreas de florestas nativas. Marcelo Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), que moderará esse painel, vê o Fórum como uma maneira de evoluir o debate sobre a bioeconomia. "Esse tema vem provocando uma revolução nos negócios e empresas por todo o mundo, e um evento como esse abre enormes oportunidades à Amazônia e ao Brasil", conclui.
Sobre o Fórum
Será um evento amplo e inédito no país, realizado sob coordenação do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal e pelo Grupo de Trabalho em Bioeconomia (GT Bioeconomia) da iniciativa Uma Concertação pela Amazônia do qual a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (SEDECTI-AM) faz parte. Uma Concertação pela Amazônia reúne mais de 200 lideranças de diversos segmentos da sociedade brasileira com o objetivo comum de conectar as iniciativas de desenvolvimento sustentável na região, ampliando seus impactos.
Em anexo, ilustrações feitas pelo artista visual Kambô especialmente para retratar os temas que serão debatidos no fórum.