13/06/2022 às 08h10min - Atualizada em 13/06/2022 às 11h20min

Pobreza menstrual atinge cerca de 52% da população feminina

Pesquisas apontam que a pobreza menstrual afeta uma em cada quatro meninas que não possui dinheiro para compra de absorvente, o que, consequentemente, impacta na sua ida à escola.

DINO
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No Brasil, uma pesquisa realizada pela empresa de absorvente Always, em março de 2021, levantou os dados de que uma em cada quatro adolescentes não possui absorvente quando está no ciclo menstrual. A pesquisa revela que 52% das mulheres entrevistadas já sofreram com pobreza menstrual e 35% informaram que os itens de higiene pesam na renda mensal.

A falta de acesso de meninas e mulheres a produtos básicos para uma higiene digna no período menstrual atinge pessoas que não possuem condições financeiras para adquirir absorventes e, tampouco, acesso ao saneamento básico.

Buscando minimizar a precariedade no período menstrual e facilitar o acesso aos produtos de higiene, principalmente, ao absorvente, movimentos femininos, como o Projeto MenstRua, atuam em regiões de extrema pobreza, pobreza e baixa renda, onde o problema é ainda mais alarmante. Com isso, colaboradores e parceiros do Projeto são peças fundamentais para que se consiga atender a alta demanda.

“A problemática da pobreza menstrual intensificou com a pandemia, onde muitas mulheres ficaram desempregadas e sem condições de comprar os itens básicos de higiene. Ceder o studio para que seja um ponto de coleta, como também uma forma de os clientes aqui fotografados ajudem da maneira que podem, é gratificante, pois conseguimos arrecadar uma quantidade significativa de itens para serem entregues nas regiões mais precárias”, relatou Késia, uma das parceiras do Projeto e contribui através da fotografia com que mais pessoa sejam alcançadas.

Além disso, “o período menstrual, apesar de ser uma reação natural do nosso corpo, ainda é, principalmente, para as meninas mais novas um tabu. E nosso intuito também é tentar quebrar isso e tentar naturalizar da melhor forma possível. Poder contribuir na minimização desse problema que é recorrente, fez com que eu pudesse alinhar a psicologia com situação enfrentada por elas”, acrescentou, Selma, colaboradora e psicóloga do MenstRua.

De acordo com Instituto de Pesquisa Locomotiva, no ambiente educacional cerca de 2,9 milhões de estudantes do ensino fundamental, médio ou superior já faltaram por não terem acesso a itens de higiene menstrual. Aproximadamente cerca 2,4 milhões já se ausentaram mais de uma vez de suas instituições de ensino por essa razão. 

É comum que essas pessoas utilizem retalhos de pano, roupas e jornais para conter o fluxo menstrual. O item mais usado, porém, é o papel higiênico: 83% o utilizam para conter o sangramento. 



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