25/02/2022 às 13h37min - Atualizada em 25/02/2022 às 14h20min

Leucemia: mais de 10 mil novos casos são esperados em 2022

Estimativas do Inca indicam a importância do diagnóstico precoce e da doação de medula óssea para transplante

DINO


Fevereiro é marcado pela urgência do diálogo sobre a conscientização do diagnóstico precoce da leucemia. Isso porque, a campanha Fevereiro Laranja tem o objetivo de informar a população sobre a doença e estimular a doação de medula óssea. De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), mais de 10 mil novos casos de leucemia serão diagnosticados em 2022 no Brasil. Dados do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) corroboram a estatística: só em 2021, 16% de todos os pacientes internados na Unidade de Hematologia e Transplante de Medula Óssea do hospital eram portadores da doença. Atualmente, o hospital é responsável por 50% dos transplantes de medula no estado do Rio de Janeiro.

Roberto Magalhães, coordenador de hematologia do CHN, destaca a importância do diagnóstico precoce da leucemia e da doação de medula óssea. “A leucemia é um tipo de câncer no sangue; estar atento aos sintomas e manter os exames de rotina em dia é fundamental. Por isso, essa campanha é necessária para que todos estejam conscientes da importância do diagnóstico precoce e de tornarem-se doadores de medula”, afirma.

No último ano, o CHN realizou 107 transplantes de medula óssea. Desse total, 19 foram alogênicos, para o tratamento da leucemia aguda. Dados do Registro Nacional e Internacional de Transplantes comprovam que a leucemia aguda é a principal indicação de transplante alogênico no Brasil e no mundo.

“Existem tratamentos muito eficazes para melhorar a qualidade de vida do paciente, como o transplante de medula óssea, que ainda é cercado de muitas dúvidas. Além de tratamentos clínicos modernos, como a terapia-alvo molecular e o uso de anticorpos monoclonais biespecíficos, que estimulam o organismo do próprio paciente a combater a doença. Essas terapêuticas estão disponíveis em centros de referência em hematologia, como o CHN, que está equiparado às grandes unidades mundiais no cuidado ao paciente onco-hematológico”, explica o especialista.

 

Causas, fatores de risco e tratamento para leucemia

A leucemia atinge os glóbulos brancos e pode ser conhecida pela sua forma crônica ou aguda: em sua classificação crônica, os glóbulos brancos ainda conseguem cumprir seu papel de forma normal, e a condição evolui lentamente; já na aguda, eles não conseguem fazer nenhum trabalho das células sanguíneas, e a doença avança de forma rápida, transformando-se em uma emergência médica.

Segundo Magalhães, existem alguns fatores de risco que devem ser observados, como o histórico genético familiar de doenças sanguíneas; se a pessoa já recebeu outros tratamentos de câncer no passado com quimioterapia ou radioterapia; se houve exposição ocupacional à radiação e a agentes petroquímicos e tabagismo, pontos que devem ser levados em consideração no momento do diagnóstico.

Quando se fala em sintomas, o hematologista destaca anemia, palidez, fraqueza, cansaço, palpitação, hematomas e sangramento na gengiva e no nariz como os sete dos principais sinais que o paciente deve considerar como alerta.

O diagnóstico de casos crônicos desse tipo de câncer é feito por meio de exame de sangue de rotina e confirmado pelo hematologista por intermédio de testes mais específicos. Segundo Roberto Magalhães, quanto mais cedo o quadro for reconhecido, mais chances de cura o paciente tem.

O tratamento é feito de acordo com o perfil de cada indivíduo e com o estágio em que a doença se encontra. “O transplante de medula óssea é a melhor alternativa terapêutica para as leucemias agudas de alto risco e que não responderam bem ao tratamento inicial, sendo a única opção de cura. Já as leucemias crônicas e de baixo risco seguem o tratamento clínico, com sessões de quimioterapia, imunoterapia e terapia-alvo molecular”, esclarece o hematologista do CHN.

Segundo ele, pessoas de todas as idades estão suscetíveis à leucemia, e não realizar os exames de rotina pode levar à detecção tardia e prejudicar o sucesso do tratamento. “Quanto mais cedo for identificada a doença, há mais chances de cura e de qualidade de vida para o paciente”, finaliza Roberto.

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