A mamografia é o principal meio de detecção, em fase inicial, do câncer de mama. Porém, desde o início da pandemia, a procura pelo exame diminuiu drasticamente. Os dados mais recentes do Ministério da Saúde mostram uma queda de 84% no número de exames realizados, em 2020, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em Goiás, essa diminuição chegou a quase 50%.
“Com medo do contágio pelo novo coronavírus, muitas mulheres não fizeram a rotina anual de prevenção de muitas doenças. E não foi diferente com o câncer de mama. Grande parte dos casos suspeitos deixaram de ser diagnosticados. Isso faz com que o prognóstico piore bastante e a efetividade do tratamento diminua consideravelmente. Claro, tudo isso impacta fortemente na qualidade de vida da pessoa”, ressalta a Dra. Rosângela Bueno, médica radiologista do Cebrom Oncoclínicas.
A especialista enfatiza que a mamografia pode salvar vidas, já que o rastreamento revela com precisão lesões não palpáveis e milimétricas. “Ela é considerada o exame padrão ouro, pois identifica tumores menores do que 1 cm e lesões ainda no estágio inicial. Ou seja, é determinante para a descoberta do câncer de mama logo no início, o que aumenta as chances de cura em 90% dos casos”, destaca Dra. Rosângela.
O câncer de mama, no Brasil, é o segundo mais comum na população feminina. Dessa forma, o rastreamento mamográfico deve ser feito a partir dos 40 anos para assintomáticas e sem histórico familiar. “As principais entidades médicas recomendam a realização até os 74 anos. Após essa idade, as mulheres com expectativa de vida superior a 7 anos devem continuar fazendo o exame”, explica a radiologista do Cebrom Oncoclínicas.
A especialista finaliza alertando sobre as consequências de se adiar a vigilância ativa desse tipo de câncer. “No pós-pandemia há grandes chances de observarmos um aumento considerável de diagnósticos tardios. A mamografia é primordial para a redução das taxas de letalidade do câncer de mama. A nossa batalha pela detecção precoce deve continuar, por ela significar um maior número de pacientes curados”, conclui a Dra. Rosângela.