O empreendedorismo bateu recordes no Brasil em 2021. É o que revela o Boletim do Mapa de Empresas, do Ministério da Economia, que aponta que o país registrou o maior número de abertura de negócios em um período de quatro meses. Foram abertos 1,4 milhão de novos CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e encerrados 484.553, o que levou o país a um saldo positivo com 936.229 empreendimentos ativos. Com isso, a soma de empresas brasileiras em atividade foi de 18.440.986 no período analisado.
Ainda de acordo com os indicativos, a adição de novos CNPJs no segundo quadrimestre de 2021 levou ao acréscimo de 1,9% em relação aos primeiros quatro meses, quando foi registrada a abertura de 1.392.758 empresas. Em relação ao mesmo período de 2020, a alta foi de 26,5%.
Suany Santos do Nascimento, CEO da Já Calculei - plataforma de contabilidade on-line - destaca que o Brasil também bateu recorde no número de negócios abertos no primeiro semestre do ano passado, com o registro de 2.070.817 novas empresas. “Foi a maior alta desde o início da série histórica, em 2010”, complementa, citando dados da Serasa Experian.
Ainda segundo as informações da Serasa, 80% do total das empresas abertas em 2021 são de MEIs (microempreendedores individuais). Somente entre janeiro e junho, foram registradas 1.654.167 novas empresas na categoria, com o surgimento de um MEI a cada dois segundos no país.
“Isso demonstra que, apesar de todos os desafios e incertezas oriundos da crise sanitária, os brasileiros continuam empreendendo. Devido à pandemia, muitas pessoas ficaram desempregadas e, para estas, uma das únicas saídas foi abrir um CNPJ e iniciar o próprio negócio”, afirma.
A análise de Santos é corroborada com números: mais de 13,5 milhões de brasileiros estão desempregados, sendo que 29% deste percentual buscam uma ocupação há mais de 2 anos, de acordo com balanço divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em 21 de dezembro.
A alta na desocupação alargou a taxa de empreendedorismo por necessidade, que passou de 37,5% para 50,4%, conforme dados da pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) 2020, realizada no país pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em parceria com o IBPQ (Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade).
De acordo com o balanço, o número de empreendedores por necessidade atingiu o mesmo nível de 18 anos atrás, sendo que 82% dos entrevistados afirmaram que a falta de vagas formais foi um fator preponderante para empreender.
Facilidade de abertura de empresas impulsiona novos negócios
Na análise da CEO da Já Calculei, paralelo à necessidade de empreender, a simplicidade de iniciar um negócio está entre os principais fatores que explicam o crescimento do empreendedorismo no Brasil. “Hoje, o processo de abertura de um CNPJ é descomplicado e pode ser feito de forma remota. Não é necessário nem mesmo sair de casa: seja para micro, pequenas, médias e grandes empresas, todo o trâmite pode ser realizado on-line”.
Segundo Santos, a principal diferença entre as empresas de diferentes porte consiste em seu limite de faturamento anual. “Afora isso, os procedimentos são similares e podem ser feitos remotamente, seguindo a tendência de digitalização, que avança a passos largos e deve se consolidar no futuro pós-pandemia”.
Para concluir, a empresária destaca que os novos empreendedores devem prestar atenção no processo de formalização para não sofrer prejuízos.
“Infelizmente, os golpes digitais se proliferam na esteira da revolução digital e ganham repercussão notícias de empreendedores que caem em fraudes de empresas que criam sites para aberturas de MEIs, por exemplo. Portanto, é necessário redobrar a atenção para contratar soluções digitais apenas de empresas sérias”, conclui.
Para mais informações, basta acessar: https://www.jacalculei.com.br/