Com a pandemia, além da saúde física da população, a saúde mental dos brasileiros foi impactada. Segundo pesquisa realizada pelo instituto Ipsos, 53% dos entrevistados no Brasil afirmaram que seu bem-estar mental piorou. Nas empresas, o cenário de impacto dos trabalhadores também foi grande. Um estudo promovido pela empresa de recrutamento Kenoby com quase 500 profissionais de RH pelo país, destaca que mais de 90% dos profissionais ouvidos acreditam que falta um olhar adequado das empresas sobre esse tema.
Apesar disso, muitas empresas já despertaram para o problema. Pesquisa promovida pela consultoria Aon, com mais de 800 companhias brasileiras, mostra que nos últimos dois anos cresceu de 28% para quase 60% o índice de empresas que passaram a oferecer ações como programas de gestão de saúde e qualidade de vida. Com destaque para as iniciativas voltadas à saúde mental (que fazem parte de 43,5% dos programas).
“Os negócios só acontecem graças às pessoas, e por isso buscamos um ambiente onde o acolhimento individual e o engajamento do time são ferramentas essenciais para o sucesso”, destaca Ana Barbosa diretora de RH da Usina de Vendas, empresa com foco na distribuição de produtos de mobilidade que dobrou o número de colaboradores mesmo em época de pandemia e cresceu seu faturamento em 300%, graças ao cuidado com sua equipe.
Segundo a executiva, com os programas desenvolvidos pela companhia nesse período, que contratou um consultoria de RH especializada em soluções para empresas e treinamentos, os profissionais puderam ser acolhidos, ouvidos, orientados e acompanhados de forma individual e contínua, em busca do equilíbrio emocional e da saúde mental. “Prova disso é que não tivemos nenhuma ocorrência de afastamento por motivo de saúde ao longo de todo o processo”, explica ela.
Em pleno período de lockdown, por exemplo, a empresa fez um upgrade no plano de saúde de seus funcionários para um padrão superior, com cobertura nacional e internação em quarto privativo, por exemplo. “A empresa que não investiu em seu time durante e no pós-pandemia, certamente perdeu ou perderá ótimos profissionais nos próximos meses”, completa Ana.