De acordo com o balanço publicado em 2020 pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros (ANBIMA), em parceria com o Datafolha, a população brasileira está se interessando mais por produtos financeiros, como títulos privados, ações e fundos, visando maior rentabilidade. Além disso, o estudo mostrou que pela primeira vez em quatro anos houve uma diminuição nos investimentos da poupança.
Essa mudança no perfil do investidor fica comprovada também pelos outros números dessa pesquisa, que mostram que, dentre os investidores brasileiros em 2020, 53% deles investiram em produtos financeiros. Essa foi a primeira vez que a pesquisa teve um resultado desse, em que os produtos financeiros ficaram acima de outros destinos para o dinheiro na preferência dos investidores.
A taxa SELIC interfere em todas as taxas de juros do país, conforme explica o Banco Central, e assim acaba influenciando as decisões dos investidores. Entre 2019 e 2020, algumas variações acompanharam essas mudanças no perfil do investidor.
Como explica Katya Treiger, sócia-fundadora da Toth Capital, escritório de agentes autônomos de investimentos, com a queda da taxa SELIC, muitas pessoas que já investiam passaram a se interessar por outros produtos financeiros a fim de obter mais retorno. “Essa mudança aumentou consideravelmente o número de investidores em renda variável, mais especificamente em Fundos Imobiliários (FI)”, afirma.
Segundo dados da B3, em novembro de 2021 havia 1.514.192 investidores pessoa física em Fundos Imobiliários. Esses e outros fundos de investimento somaram 5% dos investimentos do brasileiro, de acordo com a pesquisa da ANBIMA, com outros produtos como títulos privados, públicos e ações da bolsa somando 11%.
No entanto, segundo Fernando Masetti, sócio fundador da Toth Capital, com o novo movimento de alta da SELIC, devido à pressão inflacionária, os investidores despreparados que ainda restavam no mercado acionário agora estão voltando para a renda fixa.
Recursos financeiros poupados
A pandemia decorrente do novo coronavírus colaborou com a economia de recursos da população. De acordo com os dados divulgados pela ANBIMA, cerca de 2,5 milhões de brasileiros guardaram dinheiro porque não tinham onde gastar. Para 56% dos entrevistados, guardar dinheiro foi a principal fonte de economia. Em 2019, antes da pandemia, nesse mesmo balanço, somente 34% dos entrevistados pouparam recursos.
Fernando conta que muitos brasileiros começaram a poupar dinheiro, mas ainda não investem para obter um retorno significativo. “Vários investidores ainda utilizam a poupança por não entender certamente os objetivos de cada produto disponível no mercado, além do medo de se arriscar. Nesse contexto, o auxílio de um assessor de investimento pode ser uma opção, para definir as estratégias e alinhar as expectativas”, comenta.
De acordo com a ANBIMA, o Brasil tem hoje cerca de 40% de investidores - contabilizando todos os produtos e serviços -, 86% deles trabalham e têm atividade remunerada. Para Fernando, o número de investidores tem crescido significativamente, porém eles, em sua maioria, ainda não entendem os processos e focam apenas em poupar o dinheiro, ao invés do rendimento.
Nesse contexto, o empresário recomenda a busca por cursos na área. “Com a grande oferta de cursos voltados ao investimento financeiro e maior acessibilidade à educação financeira, a tendência é que o grande número de brasileiros que poupam dinheiro possa entender o objetivo dos investimentos e consequentemente realizar suas metas financeiras”, comenta Fernando.
As constantes flutuações do cenário financeiro brasileiro podem provocar mudanças no perfil do investidor, que nem sempre está preparado para traçar essas estratégias sozinho. "A expectativa é que em 2022, com as mudanças da SELIC, os investidores passem a buscar por especializações e profissionais capacitados para auxiliar no processo de investimento, mesmo com juros altos", conclui Fernando.
Para mais informações sobre cursos, basta acessar: https://tothcapitalaai.com.br/formacao-de-investidores/