A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprova, para uso no Brasil, a deutetrabenazina (sob o nome comercial AUSTEDO™) para pacientes adultos com discinesia tardia (DT). A condição é caracterizada por movimentos principalmente na região da boca, língua e maxilar ou outras partes do corpo que não podem ser controlados. A discinesia tardia está associada ao uso de alguns medicamentos prescritos usados para tratar alterações do sistema nervoso central (conhecidos como neurolépticos ou antipsicóticos), como esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão, ou alguns medicamentos indicados para problemas gastrointestinais. Cerca de 25% dos pacientes que utilizam essas medicações apresentarão esta condição. "Até então, não havia medicamento aprovado no Brasil para o controle da discinesia tardia. Um número grande de pacientes sofre com essa condição grave e, agora, pode ter melhora na qualidade de vida", afirma Carolina Cohen, cofundadora da Colabore com o Futuro, empresa de mobilização social e advocacy, que atua para a melhoria das políticas públicas de saúde no país. O Diretor Médico da Teva Farmacêutica, Tony Piha, esclarece que a medicação não é curativa, mas atua no controle de sintomas e é bem segura. "Age controlando a quantidade de dopamina no sistema nervoso, a qual está intimamente relacionada aos movimentos involuntários na discinesia tardia", ressalta. A deutetrabenazina é indicada para os pacientes após uma avaliação criteriosa médica. Em estudos clínicos, a deutetrabenazina reduziu efetivamente os movimentos na discinesia tardia enquanto os pacientes continuavam com seus tratamentos medicamentosos originais. A expectativa é que o medicamento esteja disponível no mercado brasileiro no início de 2022, após a precificação pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão responsável pela regulação econômica dos remédios.