Nos últimos tempos, acentuou-se a busca por soluções para agilizar a entrega de produtos e reduzir os custos de logística para o fornecedor e o cliente. Com isso, diversas redes varejistas se movimentaram para implantar galpões de logística que aumentem sua proximidade com os clientes, mas o que fazer quando o varejista não tem recursos para fazer esse movimento?
Para se ter ideia do aumento da locação desse tipo de espaço, para 2022, a SiiLA Consultoria estima um recorde de entrega de empreendimentos no Estado de São Paulo, totalizando 2 milhões de m2.
Excetuando as grandes redes, que têm essa possibilidade de expansão, os varejistas menores precisam, cada vez mais, atender aos novos hábitos de consumo do consumidor, que está mais exigente e deseja atendimento imediato, baixo custo e mais uso dos meios digitais para pesquisar e investir em produtos e serviços.
"As lojas físicas, que não têm a possibilidade de conquistar o consumidor omnichannel, têm se transformado em um hub de distribuição", explica Marcos Saad, sócio-fundador da MEC Malls, que faz a gestão e concepção de empreendimentos do tipo strip mall. "Seus estoques passam a ter a função híbrida de atender à venda física e à digital", completa o executivo, que também é cofundador do NDEV (Núcleo de Expansões Varejistas).
Segundo o executivo, com menores custos de distribuição e agilidade na entrega, o lojista retoma seu faturamento e desfruta dos benefícios da venda online.
Alguns requisitos necessários para que esse processo funcione são:
· Uso de sistema confiável de controle de estoques e logística;
· Treinamento de equipe para transformar lojas de dimensões menores em verdadeiros hubs de distribuição.
Dados da Via Varejo indicam que, hoje, 50% dos produtos vendidos online são entregues a partir de uma loja física da rede. Na Petz, esse percentual sobe para 76% e, na Raia Drogasil, o número cresce para 82%.
Os strip malls, empreendimentos que reúnem um mix de serviços e conveniência, têm um papel estratégico neste novo formato, pois estão localizados em zonas residenciais, próximos ao público-alvo, têm pátio de estacionamento gratuito e são ocupados, principalmente, pelos segmentos de alimentação e serviços, com o objetivo de atenderem ao público da área de influência primária.
"Os segmentos de fast food, pet shops, drogarias e supermercados de vizinhança, que têm investido em expandir rapidamente suas redes, estão presentes na grande maioria dos dos empreendimentos associados à ABMalls (Associação Brasileira de Strip Malls). Estes centros comerciais de bairro são uma oportunidade de expansão para diversos segmentos, inclusive para as redes de lojas de menor porte", completa Saad, que também preside a ABMalls.
Estima-se que, atualmente, existam 8 mil empreendimentos enquadrados no conceito de strip mall no Brasil. Mesmo assim, o setor ainda é embrionário, dado o aumento do consumo de vizinhança e em seus benefícios para as redes de varejo.