Energia elétrica já pode ser considerada um requisito básico para que tudo funcione, principalmente em um mundo cada vez mais conectado. Porém, diversos aumentos estão ocorrendo nesta despesa ultimamente devido, principalmente, à crise hídrica que o país vem passando que é a pior da história desde 1931, conforme Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
De acordo com a pesquisa publicada pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), o consumo de eletricidade no Brasil em junho de 2021 apresentou avanço de 12,5% em relação ao mesmo mês de junho de 2020, com grande destaque para as classes industrial e comercial. Este fato mostra que o Brasil vem se recuperando da crise do COVID-19 e que os consumidores de energia necessitam de uma demanda maior do que a disponibilidade de energia do sistema, fazendo com que os preços subam consideravelmente.
Para minimizar um pouco o impacto destes aumentos, Raphael Ruffato, CEO e fundador da Lead Energy responde às principais dúvidas sobre possiblidades de economizar na conta de energia. Segundo ele, é possível obter em torno de 20% na redução desta despesa.
Como funciona a troca da modalidade tarifária?
Desde que entrou em vigor, conforme o site do Canal Energia, em torno de 50 mil pontos de consumo em todo o país aderiram ao novo sistema da tarifa branca. Porém, este número representa apenas 0,05% do número total de consumidores no país, considerado os 81 milhões. Nesta opção, empresas ou residências conectadas em baixa tensão podem trocar a tarifa atual da convencional para a branca e ter uma economia média de 10%.
Para exemplificar, a tarifa branca reflete o uso da rede de distribuição de energia elétrica de acordo com o horário de consumo. Assim, quando o consumidor centraliza seu consumo no período fora do horário comercial, a empresa ou residência pode reduzir seus gastos com energia elétrica e, ao mesmo tempo, melhorar o fator de utilização das redes.
Porém, a tarifa branca não é recomendada se o consumo for maior nos períodos nos quais a energia é mais cara, que variam entre 18h e 21h. Nesses casos, a tarifa branca pode resultar em uma conta maior, sendo mais vantajoso continuar na tarifa convencional.⠀
Como conservar energia por meio da eficiência energética?
Existem diversas possibilidades para conservar energia elétrica, que também é considerada uma solução sustentável. Dentre as alternativas as mais efetivas são:
1) manter a temperatura do ar-condicionado em 23° C, evitando seu uso após às 18h, pois o custo da energia neste período pode ser mais caro devido à grande demanda;
2) trocar a iluminação por LED e evitar ligar todas as lâmpadas em dias claros;
3) verificar os equipamentos antigos, pois eles podem estar consumindo mais energia do que o necessário;
4) conscientizar as pessoas para que utilizem a energia de forma eficiênte.
Como alugar painel solar por meio da geração distribuída?
Esta solução se enquadra para quem busca sustentabilidade, economia e não quer investir para ter acesso a energia de fonte limpa. Para exemplificar, a produção de energia é realizada em fazendas solares. Com isso, o consumidor aluga cota para atender seu consumo médio. A parcela de energia gerada pela fazenda solar é enviada para a distribuidora local, que é responsável por abater os créditos na conta de luz.
Desta forma, a energia continua chegando normalmente à residência ou empresa, o que permite uma redução de até 20%, dependendo do perfil de consumo.
Quando é válido trocar o fornecedor de energia elétrica?
Para empresas com conta de energia superior a 35 mil reais por mês esta solução é aplicável. Normalmente as empresas têm um contrato chamado CCER (contrato de compra de energia regulada) com a distribuidora, que é renovado anualmente. Porém, é possível cancelar este contrato e comprar energia direto do vendedor, tendo uma economia média de 20%.
Este tipo de solução pode ser uma alternativa interessante principalmente por não necessitar de investimento inicial.
É possível recuperar impostos na conta de luz?
Muitas pessoas não sabem, mas é possível recuperar impostos da conta de energia. Um bom exemplo é a possiblidade de obter créditos de ICMS para empresas que tem parte produtiva, ou seja, indústrias, supermercados, padarias, etc.
Este benefício pode gerar até 25% de economia, a depender da tarifa de energia aplicada em cada região. É o tipo de alternativa regulatória que poderia beneficiar muitas empresas, mas que ainda não é totalmente disseminada.