Brevemente o mundo será outro. Com o aparecimento do novo coronavírus e o estouro que foi a pandemia de COVID-19 no começo de 2020, tudo mudou nos negócios, nas economias, nos países e nas pessoas. A forma de se relacionar e, assim como o formato de trabalho, não são mais os mesmos. Mas, com a adoção de novas práticas para manutenção da saúde e a chegada de novas perspectivas graças às vacinas eficazes, empresas novas e tradicionais já começam a se preparar para um cenário que passa a ser chamado de "pós-pandemia".
De acordo com o estudo realizado pelo SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), a previsão é que as empresas apostem mais em tecnologias da Indústria 4.0, como automação e digitalização, caso persista a necessidade do distanciamento social, e em internet das coisas (IoT), big data e inteligência artificial.
Como exemplo disso, uma empresa de logística e comércio exterior recria um novo posicionamento do tom de voz da empresa que, a partir de agora, enfoca quatro principais pilares que vão guiar a vida daqui para frente: os Negócios, as Pessoas, a Tecnologia e a Responsabilidade Socioecológica. De acordo com o CEO da South Cargo, Juerg Rohrer, esta é uma antecipação que se faz necessária para que, quando este novo momento chegar de fato, todas as equipes, sistemas e operações já estejam em total consonância com o novo propósito da companhia.
"Muitas pessoas pensam que a Logística e o Comércio Exterior 'do futuro' vão ser cheios de funcionários e processos robotizados, e que isso vai desempregar muita gente, mas este é um pensamento totalmente equivocado e nós estamos aqui para ser exemplo desse movimento. O futuro tem que ser recheado de pessoas desenvolvendo suas habilidades em total harmonia com as máquinas, que servirão apenas para nos entregar eficiência. É por isso que pensamos e investimos tanto em modelos de negócios e pessoas para esta seja a base da tecnologia", comentou o CEO da NVOCC.
Esse pensamento é o mesmo de outras empresas que vivenciaram o salto que lojas virtuais deram durante a pandemia, por exemplo. Segundo dados do MCC-ENET, desenvolvido pelo Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital, só em 2020, o e-commerce registrou um crescimento de 73,88% em comparação com 2019. Isso demanda não só tecnologia para processar toda esta demanda, como também pessoal capacitado para lidar com processos cada vez mais rápidos e complexos, que visam sempre a máxima eficiência e agilidade.
A transformação digital como protagonista
Um dos principais especialistas na área de inovação corporativa, David L. Rogers, em seu livro The Digital Transformation Playbook (Transformação digital: repensando o seu negócio para a era digital, na versão em português), lista que a relação com o cliente é a razão de ser de qualquer empresa, sendo um dos principais pilares fundamentais para conduzir a transição nas corporações.
É nesse sentido que, segundo Juerg Rohrer, ações também estão sendo planejadas para preparar as empresas para a chegada deste novo momento. A partir de agora, equipes deverão ser reconhecidas pela qualificação, negócios serão reformulados para seguir a filosofia da responsabilidade e, por fim, a tecnologia invadirá de vez os serviços.
"Na nossa empresa, por exemplo, pretendemos disponibilizar ao mercado cada vez mais soluções eficientes e altamente tecnológicas, operadas por meio de equipamentos modernos e equipe técnica experiente" conta o CEO.
Este cenário deverá ser o futuro de muitos outros negócios que começam a estudar e propor novas ideias aos mais diversos tipos de mercados, seja de consumo de bens ou serviços. Dessa forma, será cada vez mais comum o conceito de 'uma pessoa no centro' ao invés de 'o cliente no centro', e o retorno deixará de ser unicamente material para se transformar em valor.