Rodrigo Schmiegelow, publicitário, vivendo hoje como nômade digital, sempre teve muita curiosidade em conhecer outras culturas e realidades, mas foi só depois de um estresse no trabalho que resolveu largar tudo para viajar o mundo e realizar o seu grande sonho que fomentava desde os 15 anos de idade.
Jornadas de trabalho de mais de 10 horas, no mínimo 5 dias por semana, cobranças, estresse e aquela sensação de estar apenas sobrevivendo foi a motivação que ele precisava para pegar sua moto e explorar o mundo.
Claro, essa decisão não acontece de uma hora para outra:
"Me planejei por alguns anos guardando dinheiro, lançando um curso disponível online e conseguindo um contrato freelancer que me ajudava a pagar as contas", conta Rodrigo Schmiegelow.
Sua jornada começou pela América do Sul, neste que ele conta ser apenas o primeiro trecho dessa aventura de viajar o mundo de moto, percorreu 15 mil quilômetros passando por mais de 140 cidades em 4 países.
No Sul do Brasil se encantou com o Cânion Itaimbezinho, Praia do Rosa e Gramado e Canela, onde conseguiu trabalho como voluntário trocando serviços por hospedagem e duas refeições por dia.
O primeiro país o qual atravessou a fronteira por terra foi o Uruguai e pode aproveitar o verão com dias longos e o famoso "Golden Hour" do litoral do país, horário em que o sol já baixo ilumina tudo em um tom alaranjado.
Mas teve "perrengues" também, em Montevidéu seu baú da moto foi furtado ao deixá-la pernoitar na rua, levaram barraca, saco de dormir e até barbeador.
Passado o susto do primeiro perrengue, de alguns relatados em seu blog "O Mundo em Lanches", foi a hora dele atravessar mais uma fronteira, dessa vez a da Argentina onde ele foi muito bem recebido pelo povo local que cruzava na estrada e até mesmo quando foi obrigado a acampar 4 noites em um pequeno vilarejo após uma tempestade de granizo desmoronar a estrada por onde ele estava passando.
Rosário, Mendoza, La Falda, Mina Clavero, San Martin de Los Andes e Bariloche são apenas algumas das cidades que conheceu neste país.
Depois de suas mãos quase congelarem na travessia da Argentina para o Chile após uma chuva em meio aos Andes, visitou Puerto Montt e se encantou com o vulcão Osorno aparecendo de repente no horizonte após um dia nublado.
Do sul ao norte do Chile pegou rotas alternativas pelo litoral passando por cidades como Frutillar, Concepción, Santiago, Viña del Mar e La Serena até chegar no deserto do Atacama onde as coisas começaram a mudar.
Já em San Pedro do Atacama a crise sanitária causada por conta do novo coronavírus começou a apertar, com apenas um dia para decisão resolveu não voltar pela Bolívia, o último país a fechar suas fronteiras.
A única opção foi deixar a moto na casa de dois amigos que fez no último trecho da viagem, então voltou com eles até Santiago onde sua moto está até hoje. Para o Brasil embarcou em um avião e adiou um pouco mais o sonho de viajar pelo mundo de moto.
"Por sorte fiz dois amigos que também viajavam de moto e me ofereceram um espaço na casa de um deles para deixar a moto até poder voltar para buscar. Agora está perto desse acontecimento e, tudo dando certo, volto ao Chile em breve e continuo compartilhando minha trajetória em meu blog e redes sociais", conta Rodrigo.
Ele também reforça que experiências são muito mais do que conhecer lugares:
"Eu viajo principalmente para conhecer pessoas e culturas, e a forma palpável que encontrei para materializar essas experiências foi com a gastronomia, onde encontro o reflexo dos lugares, pessoas e das culturas nos pratos típicos das regiões que conheço, por isso o projeto chama "O Mundo em Lanches", a ideia é transformar essas experiências em sanduíches que todos possam vivenciar em algum momento."
Em seu blog relata suas experiências com dicas sobre os lugares e, principalmente, dos pratos que provou.