Os novos hábitos de consumo durante a pandemia da Covid-19 tiveram grandes impactos no e-commerce mundial e transformaram a América Latina na nova potência do comércio eletrônico global. É o que diz um relatório produzido pela fintech PayU, que revelou uma movimentação de mais de US$ 14 bilhões apenas em vendas no setor de Moda e Acessórios em 2020, com um crescimento de 191% nos gastos virtuais somente nas plataformas da empresa.
Intitulado "A próxima fronteira: os mercados mais promissores para líderes de comércio eletrônico emergentes em 2021 e além", o estudo aponta que a Argentina apresentou um crescimento de 447% em vendas nesses dois segmentos na comparação ano a ano, obtendo o mais alto ticket médio latino-americano: US$ 108.
Por sua vez, Brasil e México foram responsáveis por apresentar os melhores resultados no quesito gasto total na categoria de Beleza e Cosméticos, com evolução de 1.410% e 1.276%, respectivamente, entre 2019 e 2020. Por aqui, a arrecadação em vendas atingiu a casa dos US$ 2,8 bilhões, valor pouco mais de três vezes maior do que os números mexicanos. Ao todo, o segmento estético movimentou quase US$ 3,8 bilhões na América Latina no ano passado, alta de 133%.
Números do Brasil
De forma geral, o e-commerce brasileiro cresceu 32% no último ano, segundo o relatório, com um salto ainda maior na plataforma da PayU: 50%. Importante frisar que as comercializações on-line no país não se resumiram apenas aos bens e serviços nacionais. Contribuíram com esses resultados a consolidação de sites estrangeiros, como Amazon, Alibaba e Wish, e a facilitação de pagamentos internacionais on-line. Até por conta disso, estima-se que as vendas globais representem 25% do comércio eletrônico no Brasil até 2024.
Além do grande destaque na área de beleza, o país também chamou a atenção no segmento de Moda e Acessórios, com um crescimento superior aos 500% na PayU. Em outras fontes, o avanço registrado foi de 13%, movimentando mais de US$ 5 bilhões. Já no setor de Educação, os gastos no e-commerce brasileiro cresceram 14% na comparação entre 2019 e 2020.
Além do Brasil, o estudo indica uma promissora tendência de crescimento em toda a América Latina. A região, segundo a PayU, apresenta excelentes condições de tornar-se a nova referência global do comércio eletrônico entre os líderes emergentes do segmento de venda on-line, principalmente aos olhos de empresas que apostam no modelo omnichannel, que prioriza o rápido crescimento e destaque em determinadas áreas de atuação.
Expectativas para 2021
Já visando aos resultados do ano vigente, o e-commerce latino-americano estima ultrapassar a casa de US$ 1,7 bilhão em vendas somente no setor de Moda e Acessórios. Nesse cenário, há um enorme potencial de expansão internacional para comerciantes de diferentes subcategorias, como as lojas de roupa íntima masculina, que vêm crescendo cada vez mais nos últimos anos.