No último dia do FoodTech EXPO, aconteceu um workshop para fechar o evento que teve 3 dias de duração.
A troca de ideias entre as lideranças se deu em torno do tema: "Novos ingredientes e proteínas alternativas" - que visa estabelecer um trabalho integrado com outros ecossistemas globais, para estruturar a produção sustentável de proteínas que não venham exclusivamente de origem animal.
É evidente que esse é um plano ambicioso de médio e longo prazo. Contudo, é nítido que se trata de uma demanda urgente e que será necessário o envolvimento de equipes interdisciplinares.
A evolução precisa acontecer na velocidade das mudanças
Há alguns anos, muitas ações foram realizadas para que a tecnologia fosse bem aplicada - apoiando propostas disruptivas no setor de alimentos. Entretanto, é necessário nivelar o ritmo entre uma coisa e outra.
Roger Van Hoesel do Food Mountain NL destacou: "Se você falar sobre substituição da carne, ainda há um longo caminho a percorrer, mas a velocidade da mudança é muito maior e elas são constantes na indústria de alimentos".
"A inserção de novas tecnologias demanda pesquisas científicas, inovação aberta e por essa razão a aproximação da academia com a indústria é um pilar importante para a inovação na cadeia de alimentos. Outro pilar é composto pelas startups que podem protagonizar o papel de geradoras de ideias disruptivas - e é por este motivo que é necessário conectá-las com os ecossistemas que possam impulsionar seus negócios", completa Paulo Silveira.
Capacitação e conhecimento na base da cadeia
Dentre outros assuntos, um ponto de destaque foi dado à consideração de que o conhecimento é um fator essencial para que a execução de mudanças seja eficiente. A necessidade de profissionais especializados é uma das lacunas que precisam ser preenchidas.
Roger Van Hoesel explica por que acredita nisso: "Conversei com algumas empresas que começaram a produzir proteínas à base de plantas e eles reclamaram da falta de conhecimento ou capacidade dos operadores das fábricas - que em muitos casos vem direto das indústrias tradicionais. E isso faz sentido, pois eles realmente não entendem, por exemplo, que a textura do que estamos produzindo é diferente, então temos que começar a conversar sobre a educação para o trabalho desses produtos", afirma Hoesel.
Localização privilegiada e forte potencial econômico
O mercado de proteínas alternativas vem se expandindo e esse é um caminho muito promissor - sobretudo quando se fala da América Latina e do Brasil. Andy Zynga - CEO da EIT Food destacou as vantagens geográficas e o potencial dessa região:
"América Latina está em uma posição realmente única para se tornar líder global na transição para proteínas alternativas". "Essa região realmente tem o potencial de ir além da simples exportação de matéria-prima para novas proteínas, podendo também se tornar um grande centro para o desenvolvimento de novas tecnologias, de novos ingredientes e também entregar produtos para o mercado rapidamente".
De acordo com o CEO da EIT Food, atualmente, o mercado de proteínas alternativas concentra uma base de 2,2 bilhões de dólares. Entretanto, o esperado é que até 2025 esse mercado cresça para 18 bilhões de dólares.
Isso representa o expressivo crescimento de 9 vezes - previstos para os próximos 4 anos - gerando em torno de 19 milhões de novos empregos. Esses dados demonstram a dimensão do valor econômico que o setor movimenta apenas na América Latina.
Parcerias estratégicas - BRF e Aleph Farms
Recentemente foi anunciada a parceria entre a BRF e a startup Aleph Farms - o assunto foi mencionado pelos representantes de ambas.
Sérgio Pinto- diretor de Inovação da BRF reafirmou o benefício da decisão de unir esforços, considerando os pontos fortes que cada uma das partes oferece.
No caso da Aleph Farms, Sérgio destaca que existe uma crescente necessidade mercadológica para o consumo de proteínas alternativas e a startup atende essa demanda causando o menor impacto ambiental possível.
Gary Brenner - VP de Desenvolvimento de Mercado e Produto na Aleph Farms pontuou as oportunidades da parceria: "Nos reunimos com muitas empresas no Brasil e na América Latina e estávamos considerando quais seriam as parcerias mais promissoras. Não quero ir além do que foi dito e acredito que esta é uma oportunidade para ambas as empresas". Pontua Brenner.
Plant based - Uma demanda crescente
Cleber Soares - Diretor de Inovação do Ministério da Agricultura fez a mediação do painel que reuniu outros protagonistas importantes de ecossistemas diversos.
Um dos temas centrais do painel foi a discussão sobre as principais diretrizes para o mercado de plant based. De acordo com Cleber, esse mercado vem demonstrando um crescimento exponencial nos últimos 3 anos e isso representa uma oportunidade para explorar soja, feijão e grão de bico como fontes de proteínas.
Outras lideranças do mercado participaram dos debates, dentre eles: Daniel Trento Coordenador-Geral de Inovação Aberto no MAPA e Talita Souza Gerente-Geral de Alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
O workshop pode ser visto na íntegra por através do link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=vkgDms6OCIs
Sobre o FoodTech EXPO - O evento anual conta com duas edições, a primeira realizada em 2020 que reuniu 40 startups distribuidas em diferentes categorias e reuniu um público de 350 inscritos.
Com um crescimento relevante, a partir da segunda edição já é considerada a maior exposição virtual de foodtechs da América Latina.
Realizada em março de 2021, contou com patrocinadores e uma plataforma streaming dedicada para comportar o evento que reuniu 76 startups e pelo menos 800 inscritos.
II FoodTech EXPO
Datas: 17 a 19 de março de 2021.
Horário: 8h30 às 17h00 (Brasília)
Evento digital transmitido através de plataforma streaming dedicada.
Mediador: Paulo Silveira
Mais informações: https://foodtechexpo.com.br/
Informações para imprensa:
Paulo Silveira - [email protected]
Melissa Gandini - [email protected]
FoodTech Hub Br
(19) 3399-3456