24/01/2023 às 16h26min - Atualizada em 24/01/2023 às 16h26min
O papel da Nutricionista no cuidado da Diabetes
Seguindo as definições da Federação Internacional de Diabetes (IDF), diabetes é uma doença crônica que ocorre a partir de dois cenários: quando o pâncreas não consegue produzir insulina, ou então quando o corpo não é capaz de utilizar bem a insulina que produz. A insulina é um hormônio que atua como intermédio para que o açúcar (glicose) que está no sangue consiga entrar nas células e ser usado na produção de energia.
De forma persistente, o excesso de açúcar no sangue (hiperglicemia), seja por falta de insulina ou pela sua ação deficiente, pode causar diversas complicações de saúde, como doenças que afetam o sistema cardiovascular, os rins e os olhos.
Segundo a IDF, cerca de 90% dos casos de diabetes no mundo são do tipo 2, aquele em que o corpo desenvolve resistência à insulina, perdendo resposta ao seu efeito e provocando episódios de hiperglicemia.
Na fase da pré-diabetes, nem sempre é possível reverter o quadro de hiperglicemia e evitar o desenvolvimento de diabetes tipo 2.
O tipo 1 é caracterizado pela pouca ou nenhuma produção de insulina pelo organismo. Existe também a diabetes gestacional, um quadro de hiperglicemia durante a gestação que costuma se reverter posteriormente.
A alimentação tem relação direta com alguns fatores que interferem na prevenção e no controle de diabetes: excesso de peso, dislipidemia (aumento de gordura no sangue), mau controle glicêmico (referente à quantidade de açúcar no sangue) e manutenção de hábitos alimentares não saudáveis. Atuar sobre esses fatores também é uma maneira de evitar ou retardar o desenvolvimento de complicações associadas à doença.
Precisamos, juntamente com os pacientes, alinhar as expectativas, porque, por mais que existam boas intenções de seguir o tratamento, cada corpo vai responder de uma forma.
Uma vez fechado o diagnóstico de diabetes, o papel dos nutricionistas deve ser acolher bem o paciente, sem culpabilizá-lo pelo diagnóstico; reafirmar que é uma condição crônica, que o cuidado é para o resto da vida, mas que o profissional sempre seguirá junto para orientá-lo.
Durante o acompanhamento, existe a importância estabelecer um vínculo de confiança com os pacientes, de forma que fiquem confortáveis para dizer se conseguiram ou não seguir as recomendações, sem que sintam necessidade de, durante o autorrelato de ingestão alimentar, ocultar informações.
Há também pacientes que não enxergam inadequações no próprio consumo alimentar, e o desafio é mostrar a importância do cuidado.
Para viver bem com diabetes é preciso controlar os níveis de açúcar no sangue, o que é feito a partir da alimentação, da prática de atividade física regular e, quando necessário, do uso de medicamentos. Isso significa saber escolher o que comer, quando comer e em qual quantidade.
Dra. Aline Péccolo Tonetto
Nutricionista
(19) 9.9234-9044