O Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial (CBCTBMF) faz uma campanha de conscientização para a população pela passagem do Dia Mundial da Saúde Oral, comemorado em 20 de março. Uma série de posts de orientação sobre a doença está programada pela entidade.
Segundo dados levantados pelo CBCTBMF, a incidência do câncer bucal é maior em homens, pois eles buscam menos atendimento precoce que as mulheres, além de fumarem mais e ingerem mais bebidas alcoólicas. Em 2019, dado mais recente disponível, morreram 6.565 homens por câncer de lábio, cavidade oral e faringe (78,3%), enquanto as mulheres representaram 1.815 mortes pela mesma doença (21,7%). "O diagnóstico precoce é fundamental em qualquer câncer, por isso, uma lesão na boca ou lábio que persista por mais de 15 dias deve ser avaliada por um cirurgião buco-maxilo-facial", orienta o diretor cientifico da entidade, Rogério Belle.
Segundo ele, só assim é possível identificar uma lesão com potencial cancerígeno e o rápido tratamento. "O diagnóstico precoce, por causa do tempo de evolução da doença, tem melhor prognóstico de cura. Já o tardio, sempre implica em menor expectativa de vida e baixa chance de tratamento com êxito. É uma lesão de alto risco de morte quando não diagnosticada e cuidada precocemente. O câncer de boca deve ser levado a sério pela população, mesmo durante a pandemia", alerta o especialista.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram que a estimativa de novos casos de câncer de boca, em 2020, foi de 15.190, sendo 11.180 homens e 4.010 mulheres.
Fatores de Risco
Um dos principais fatores de risco para o câncer de boca é o tabagismo. Segundo o presidente do CBCTBMF, Marcelo Marotta Araújo, o fumante tem maior probabilidade de desenvolver câncer de boca e de faringe do que o não fumante e quanto maior o número de cigarros fumados, o risco fica potencializado.
Outros fatores são o consumo regular de bebidas alcoólicas; a exposição ao sol sem proteção, que representa perigo para o câncer de lábios; o excesso de gordura corporal e a exposição a certos produtos como amianto, poeira de madeira, poeira de cimento, fuligem de carvão, solventes orgânicos, agrotóxicos entre outros.
"O cirurgião buco-maxilo-facial está incluso na equipe como aquele que faz, muitas vezes, o diagnóstico precoce. É ele quem encaminha o paciente para a equipe médica de cirurgia de cabeça e pescoço e/ou oncologia e, em várias situações, compõe a equipe de reconstrução da mandíbula e da face", conclui Marotta Araújo.