Danillo Leite, Empresário, Sócio-fundador do grupo tecnológico ABCTudo e Diretor Executivo (CEO) da empresa iT9 Marketing Digital, tem princípio de AVC e quase morre em Harvard.
Após ter sofrido um pré-AVC, marqueteiro viaja às pressas para o Brasil e é internado no Hospital BP Mirante, onde está sendo atendido pelo neurologista Willian Rezende do Carmo e por sua equipe.
O profissional de marketing teve uma dissecção da artéria carótida esquerda, uma condição rara, que é uma das causas mais comuns de acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) nos pacientes mais jovens.
Em outras palavras, ele apresentou o início de um derrame, em que houve uma falta de sangue no cérebro; mas ocorreu uma compensação da irrigação a tempo de evitar complicações mais graves.
Porém, como o cérebro teve o fluxo temporariamente comprometido, por causa de uma ruptura com formação de coágulo(s), a equipe médica está tratando o caso do marqueteiro com medicamentos e aguardando até ter certeza de que é preciso intervir cirurgicamente.
Se esse coágulo, ou uma parte dele, tivesse se desprendido do local da ruptura, migrado pela corrente sanguínea em direção ao cérebro e acabasse obstruindo uma artéria, seria um caso de AVC isquêmico. Por isso, dizem que este tipo de dissecção é uma das causas mais comuns de acidente vascular cerebral isquêmico em jovens adultos.
Mas afinal, o que é a Dissecção da Artéria Carótida?
A Dissecção da Artéria Carótida, uma condição médica rara, é considerada uma das causas do acidente vascular cerebral isquêmico em jovens adultos, e ocorre quando as camadas internas da artéria (vaso que vai do pescoço ao crânio) apresentam alguma lesão, gerando uma laceração interna - desvio interno anormal do sangue.
Quando isso acontece, a circulação vai parar no lugar errado, o que proporciona o fechamento deste vaso ou a formação de coágulos no local, resultando em sintomas típicos do AVC.
Causas da dissecção da artéria carótida
Esta é uma condição médica que pode ocorrer de forma espontânea ou por causa de um traumatismo na região do pescoço (traumas, pequenas pancadas, durante atividades físicas e tratamentos alternativos, e acidentes domésticos, por exemplo). Assim como também pode se originar devido a uma doença do colágeno previamente diagnosticada, como lúpus, Síndrome de Marfan ou vasculite.
Dissecção da artéria carótida e seus sintomas
O principal e um dos primeiros sintomas a se apresentar é a dor no local ou na região em que a artéria dissecou, que costuma ser na lateral do pescoço ou em um dos lados do corpo, no lado da cabeça em que houve a dissecção, podendo irradiar para a outra extremidade ou para a cabeça toda, fazendo com que a pessoa acredite que está tendo uma dor de cabeça ou uma enxaqueca.
Entretanto, o seu principal sintoma é um AVC repentino, com os seus sinais característicos, como fraqueza súbita no braço ou na perna; alteração ou dificuldade da fala inesperada ou paralisia em ambos os lados do corpo - correndo o risco de, posteriormente, entrar em coma.
Além disso, o paciente pode apresentar sinais isolados, como: dor (na lateral do pescoço e da cabeça; de ouvido inédita e diferente do habitual; no olho, do mesmo lado dissecado); mudança no tamanho da íris ipsilateral; queda da pálpebra do mesmo lado comprometido; paralisias dos nervos da base do crânio e cervicais, como o nervo facial ou nervo vago, por exemplo; dentre outras características que podem ocorrer de forma mais rara.
Diagnóstico da dissecção da artéria carótida
O primeiro passo para o diagnóstico da dissecção da artéria carótida é realizar exames em jovens que tiveram AVCs ou que apresentaram sintomas de dor diferente e inédita. Para isso, o médico pode solicitar: Ressonância magnética da cabeça; Tomografia da cabeça; Arteriografia cerebral e exames de sangue.
Formas de tratamento
Como a confirmação do diagnóstico só é feita após a realização de exames, é importante internar o paciente para observação, realizar uma investigação detalhada e fazer um acompanhamento neurológico.
Após os exames positivos para o caso de dissecção de artéria carótida, é indicado o uso de anticoagulante - o tipo de medicamento responsável por afinar o sangue depende de cada caso; pode ser heparina endovenosa em dose plena, anticoagulação oral por seis meses, aspirina ou clopidogrel. Já os casos raros são tratados com intervenção endovascular - por cateterismo.
Porém, como cada caso é único, o paciente deve ser avaliado individualmente para que as medidas necessárias sejam tomadas. Assim como acontece com o CEO Danillo Leite, em que os médicos responsáveis pelo caso estudam a necessidade ou não de uma intervenção cirúrgica.