Segundo dados da Organização Mundial de Saúde estima-se que, em 2025, 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade. Segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, o Brasil aumentou em quase 70% o número de obesos, em um período de 13 anos.
Os hábitos alimentares são muito importantes para a nossa saúde e começa desde cedo, e dados mostram que a obesidade tem atingido cada vez mais crianças no Brasil. Estudos do Ministério da Saúde revelam que 60,8% das crianças com menos de dois anos comem biscoitos, bolachas, bolos e que 32,3% tomam refrigerantes ou suco artificial e 12,9% das crianças brasileiras entre cinco e nove anos têm obesidade.
A tríade para uma criança saudável
A especialista do sono, Luciana Sales, fala sobre a relação da alimentação, sono e rotina da criança que formam a tríade para uma criança saudável. “A alimentação depende do sono e do nível de atividade ao qual nos expomos. O sono por sua vez, depende da alimentação e do nível de atividade. E por último, a energia para as atividades dependem de quanto recarregamos as energias dormindo e com uma boa alimentação.” Ou seja, em qualquer idade é necessário o equilíbrio e harmonia entre os três elementos, principalmente na vida das crianças “que têm uma necessidade de sono muito maior que a nossa,” conclui.
Jéssica Thuannie, especialista do sono, fala que a dificuldade em dormir pode estar diretamente relacionada com a má alimentação. “Dormir e alimentar são necessidades do ser humano, no entanto, para estar pronto para usufruir de uma boa alimentação precisamos estar dispostos. Por isso, muitas crianças têm dificuldade na hora da alimentação, pois, estão com sono ou não dormiram bem.”
As especialistas também relatam sobre as dificuldades dos pais “é muito comum eles se queixarem da alimentação do filho quando há um problema de sono envolvido, mas não se darem conta de que a criança não está se alimentando bem por cansaço.” Outro fator que deve ser considerado é “acreditar que uma criança cheia de energia está bem, quando na verdade ela pode já ter ‘passado do ponto’. E, quando você a acalma para a próxima atividade, ela se recusa em fazê-la, porque já está exausta e sem energia para tal.”
O leite como associação do sono
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) recomendam o aleitamento materno até os dois anos ou mais, sendo exclusivo, até os primeiros seis meses de vida. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) aponta a relação entre o leite materno na regulação do sono da criança devido ao conteúdo de melatonina, hormônio regulatório do sono. Além de melhorar o sono da criança o aleitamento materno reduz em 13% a mortalidade até os cinco anos, evita diversas doenças, contribui para o desenvolvimento da cavidade bucal e promove conexão entre mãe e filho.
Ao introduzir outros alimentos na rotina da criança o sono pode sofrer alterações, por isso, muitas mães optam pelo leite morno na mamadeira, ou o leite materno antes de dormir, ou quando a criança não quer comer. “A recusa em se alimentar pode estar relacionado com o momento de dormir, por isso, a criança fica mais irritada e acaba preferindo o leite, que é associado ao relaxamento e sono pela criança”. No entanto, Jéssica afirma que apesar disso, “a mamada não é efetivada, pois, a criança dorme, mas acorda rápido e com fome, ou seja, os ‘lanchinhos’ não sustentam para que ela possa ter um sono profundo. A mamada acalma a criança, mas, quando o choro vem da falta de sono, isso prejudica o bebê. O excesso de leite materno pode causar refluxo, dificultar a introdução alimentar e desregular a fome do bebê, que ficará condicionado a mamar mais no período da noite e/ou nas madrugadas”, afirma.
Despertares noturno
A mãe do Lorenzo conta que fez vários exames no filho, pois, ele sempre estava muito cansado e isso comprometia a rotina, tanto dos pais, quanto da criança. “Lorenzo sempre foi uma criança muito inteligente e que demandava muita atenção nossa, mas, por inexperiência, fizemos muitas coisas que contribuíram pra que ele tivesse noites de sono ruins. Não conhecíamos muito sobre as necessidades de rotina dele, saltos, efeito vulcânico, e isso fez com que o Lorenzo tivesse muitos despertares noturnos, sempre com a associação de precisar mamar pra depois dormir. Como chegamos a um limite de cansaço, corremos para médicos, fizemos exames para ver se havia algo errado com ele, e não era nada de saúde, mas, sim uma rotina de associações errantes e cansaço acumulado o que o levava a um sono ruim.”
Jéssica chama a atenção para a dependência emocional do bebê no momento de dormir, o que pode ser prejudicial para pais e filhos/as. “O contato com a pele e o aconchego do colo, se transformados numa necessidade para que o bebê durma, pode prejudicar o equilíbrio emocional da criança. Sem independência para dormir, o nível de irritabilidade da criança pode aumentar e, com isso, o choro vem. Se essa relação não for transformada a partir de mudanças na rotina e nos hábitos da família, pais e mães podem se emaranhar num ciclo de cansaço e impaciência. O emocional da criança poderá então ficar comprometido, pois, ela sentirá falta desse contato durante a noite.”
Ensinando a Sonhar
Luciana e Jéssica são consultoras do sono infantil, sócias-fundadoras da Ensinando a Sonhar, formadas pelo International Parenting and Health Institute (IPHI) e pelo Family Wellness International Institute (FWII), ambos dos E.U.A, e educadoras parentais pela Escola da Parentalidade Positiva de Portugal.
Realizam atendimento personalizado para pais que enfrentam problemas com filhos que não dormem bem. Para ampliar e democratizar o método exclusivo da Ensinado a Sonhar, elas criaram um curso online que já ajudou mais de 7.000 famílias a melhorarem o sono de seus pequenos e de todos na casa.
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