Passada a fase mais crítica da pandemia de Covid-19, o número de brasileiros desocupados continua em alta. Segundo pesquisa da Austin Rating, agência classificadora de risco de crédito, a taxa de desemprego no país é o dobro da média mundial e a pior entre os membros do G20 - grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos Bancos Centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia - que já divulgaram números do 3º trimestre.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego foi de 13,2% no trimestre encerrado em agosto, atingindo 13,7 milhões de trabalhadores. Antes da crise sanitária, o índice estava abaixo de 12%, saltando para 14,7% no 1º trimestre de 2021.
O treinador comportamental Marcos Mazullo, do Instituto Consciência e Prosperidade, observa que, a cada dia, está mais difícil conquistar uma oportunidade de trabalho, motivo pelo qual é importante investir em ferramentas, como as chamadas "soft skills".
"Em um mercado de trabalho com alta competitividade, os candidatos devem apostar em competências comportamentais, ou seja, atributos pessoais necessários para ser bem-sucedido na vida profissional", afirma.
Mazullo destaca que no primeiro trimestre de 2021, ao menos 1.875 candidatos entraram na disputa por uma vaga apenas na área de administração, que é a mais expressiva, conforme pesquisa realizada pelo InfoJobs, empresa de tecnologia para recrutamentos.
"Ainda segundo a pesquisa, a concorrência por oportunidades de nível operacional conta com 1.183 candidatos por vaga, ao passo que para assistentes e estagiários a disputa também é grande, em torno de 900 candidatos por um emprego. Os números deixam claro que, para além de formação profissional, também é preciso investir no perfil pessoal", complementa.
Como as soft skills podem ajudar a conquistar e manter uma oportunidade de trabalho?
De acordo com o treinador comportamental, em linhas gerais, soft skills são habilidades a serem desenvolvidas de forma subjetiva, como resiliência, criatividade, controle emocional e empatia. Nesta modalidade, há competências gerais e específicas para cada empresa ou posto de trabalho.
"As gerais estão relacionadas com as relações interpessoais, trabalho em equipe, comunicação assertiva e empatia, entre outras", explica Mazullo. "Já as específicas dizem respeito às necessidades do cargo já conquistado ou almejado, pois como os modelos de negócios estão sendo recriados, com demandas que antes sequer existiam, as softs skills vão surgindo e sendo aprimoradas".
O especialista explica que, em um contexto pós-pandemia, há determinadas softs skills que, uma vez desenvolvidas por profissionais, representam grande vantagem competitiva. "Por exemplo, torna-se um diferencial saber usar o tempo disponível de forma produtiva, com inteligência emocional e, principalmente, empatia com pessoas diferentes".
Segundo o treinador, o mercado se moldou ao longo dos anos no que tange à necessidade de profissionais com essas qualidades. "O mercado de trabalho é um reflexo das mudanças das pessoas nele inseridas e muda continuamente para atender às demandas da sociedade. Assim, temos que estar atentos, já que essas demandas, em alguns casos, são silenciosas e vão acontecendo sem alarde. Quando nos damos conta, somos obrigados a nos reinventar mais uma vez se não quisermos ficar para trás".
Para Mazullo, "flexibilidade" e "empatia" são as soft skills do futuro. "Vamos ter uma geração que irá buscar o porquê de tudo, o que implicará um esforço de aprofundamento de algumas questões. Caso contrário, ficaremos isolados, e o isolamento traz em seu bojo transtornos como depressão e doenças psicossomáticas, advindas das relações. Por isso, defendo que estas duas softs skills serão decisivas no ‘novo normal’".
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