O Novembro Azul é um mês dedicado à campanha nacional de conscientização ao câncer de próstata. Alertar a população masculina sobre a importância de cuidar da saúde é o objetivo central dessa campanha.
A única forma de garantir a cura do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. O câncer de próstata, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é a segunda maior causa de mortes pela doença entre os homens no Brasil.
Segundo especialistas em Reprodução Humana, não há uma ligação direta entre o câncer na próstata e a infertilidade masculina, mas os tratamentos agressivos contra a doença, como a radioterapia e a quimioterapia, entre outros, podem afetar a capacidade de reprodução dos homens.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Segundo o INCA, a estimativa de novos casos para esse ano é de 65.840, correspondendo a 29,2% dos tumores incidentes no sexo masculino.
Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores, devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula.
A consequência de não visitar um especialista ao perceber alguma anomalia ou desconforto é a diminuição da chance de cura. O ideal é procurar um médico logo nos primeiros sintomas atípicos como ardência, dor e manchas ou feridas na pele.
Jovens com câncer de testículo, linfomas e outros tipos de tumores podem perder sua fertilidade e, nesses casos, o congelamento do sêmen é uma opção para quem fará quimioterapia, radioterapia ou terapias imunossupressoras para doenças autoimunes.
"Quanto mais tempo o paciente demora para fazer o congelamento do sêmen, mais compromete seu futuro reprodutivo. O ideal é fazer antes de iniciar o tratamento do câncer", explica o especialista em Reprodução Humana Assistida e diretor-médico da Clínica Mãe, Alfonso Massaguer.
Além do câncer, existem outras causas para a infertilidade masculina. A produção do sêmen pode ser afetada por uma série de fatores como infecções, varizes nos testículos (varicocele), tumores benignos, alterações hormonais, quimioterapia, radioterapia, traumas, carências nutricionais, alterações de sono, medicamentos (como anabolizantes), torção e mau posicionamento testicular (alto), além de alterações cromossômicas ou genéticas.
A infertilidade masculina acomete 1 a cada 20 homens, cerca de dois terços desses homens têm como principal razão as alterações na produção do sêmen como, por exemplo, baixa produção e/ou alterações de função, com baixa motilidade ou deformação nos espermatozoides.
A maioria destes homens não tem qualquer sintoma aparente, isto é, não apresenta quaisquer disfunções sexuais ou alterações no aspecto do sêmen. Por isso, é fundamental consultar-se regularmente com um médico, manter em dia as sorologias para algumas doenças como HIV e Sífilis, usar preservativo para evitar Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e procurar ajuda médica rapidamente se perceber algum sintoma atípico.
Dr. Alfonso Massaguer - CRM 97.335, é médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Ginecologista e Obstetra pelo Hospital das Clínicas e atua em Reprodução Humana há 20 anos. Dr Alfonso é diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado), especializada em reprodução assistida.
Foi professor responsável pelo curso de Reprodução Humana da FMU por 6 anos. Membro da Federação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), das Sociedades Catalãs de Ginecologia e Obstetrícia e Americana de Reprodução Assistida (ASRM). Também é diretor técnico da Clínica Engravida, autor de vários capítulos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana em livros de medicina, com passagens em centros na Espanha e no Canadá.
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