Uma pesquisa realizada em 2018 pelo Ibope aponta que 30 milhões de brasileiros se declaram vegetarianos. O número indica um crescimento de 75% desde 2012, quando apenas 8% da população afirmava ser vegetariana.
De acordo com um estudo publicado no Journal of Hypertension em 2016, os vegetarianos têm 34% menos risco de desenvolver hipertensão se comparados aos não vegetarianos. A mesma porcentagem se aplica quando o risco é de desenvolver diabetes tipo 2, conforme estudo publicado no mesmo ano na PLOS Medicine. Já o Journal of the American Heart Association publicou um estudo em agosto de 2019 onde aponta que a dieta à base de vegetais pode reduzir em 16% o risco de doenças cardiovasculares. O mesmo periódico divulgou que essa dieta reduz o risco de todas as causas de mortalidade em 25%.
Reeducação alimentar
Tatiana Trindade, de 45 anos, tomava oito comprimidos a cada seis horas para aliviar a dor. Ela sofria de anemia, problemas na coluna, mioma, cisto e obesidade. Apesar de já ter passado por duas cirurgias para retirada do mioma e do cisto, ambos voltavam piores e com dores que só a morfina era capaz de amenizar. Em 2014, Tatiana passou por uma cirurgia bariátrica, mas, segundo ela, a perda de peso não foi suficiente.
Incomodada com a alimentação ruim a qual se submetia, Tatiana percebeu que precisava buscar ajuda para obter qualidade de vida. Com a reeducação alimentar iniciada há seis meses, a pedagoga desfruta dos benefícios de uma vida saudável. “Hoje não uso mais remédio algum. Não tenho nenhuma dor. Ainda estou acima do meu peso, mas em seis meses reduzi 15 quilos. Sei que é um processo lento, mas estou feliz porque estou bem saudável. Aprendi que hoje tenho que comer não somente o que gosto, mas o que meu corpo precisa”, compartilha.
Segundo o nutricionista Ricardo Vargas, especialista em alimentação funcional e criador do curso Menu Vegano, Tatiana acertou na decisão. Ele cita que o aumento na prevalência das doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, colesterol alto, câncer e doenças autoimunes está diretamente relacionado à mudança quase universal no padrão de alimentação. “Esse novo padrão de alimentação é composto por alimentos de origem animal e processados, como carne, laticínios, ovo, óleos, refrigerantes, açúcar e grãos refinados”, explica.
Qualidade de vida
O aposentado Aurelino Bernardes, de 91 anos, seguia esse padrão de alimentação. Assim como Tatiana, ele também enfrentou dificuldades com sua saúde. Condenado a amputar a perna no início de 2021, por causa da má circulação sanguínea, ele buscou ajuda profissional numa clínica de tratamento natural. “Mudei completamente minha alimentação. Graças a isso, não precisei amputar a perna e meus índices de colesterol, diabetes, entre outros, estão todos em dia”, comenta Aurelino. A melhora na saúde do aposentado se deu não apenas pela reeducação alimentar, mas também pelos tratamentos naturais que fez, sempre acompanhado por especialistas.
Aurelino e Tatiana desfrutam hoje de uma dieta vegetariana. Tatiana conta que experimentou a dieta vegana por um tempo e agora tem vontade de conhecer a plant based, ou seja, uma alimentação baseada em plantas.
Benefícios econômicos
O nutricionista Ricardo Vargas defende a dieta à base de plantas não apenas pelos benefícios fitoterápicos, mas econômicos também. “O valor investido na alimentação à base de plantas se equivale ao valor que você precisaria dispor mensalmente para consumir produtos de origem animal. Seu maior ganho não está na hora de passar suas compras no caixa do supermercado e sim no quanto você deixa de gastar com consultas médicas e farmácia, por exemplo”, constata o especialista.
Ainda de acordo com Vargas, o investimento na agropecuária não obtém retorno na mesma proporção. “O tempo que uma área fica ocupada para que um bovino chegue ao seu peso desejável para abate de 450 kg ou 30@ é de três anos. Nesta mesma área poderia ter sido produzido muito alimento vegetal que movimentaria a economia”, esclarece.
A natureza também é beneficiada quando a carne é excluída da alimentação. A criação de bovinos resulta na emissão do metano, um gás que destrói a camada de ozônio. “Ainda precisamos levar em consideração que os animais liberam muita ureia e o acúmulo desta no solo gera infertilidade. Não podemos esquecer os resíduos das indústrias relacionadas à cadeia da agropecuária, seja de abatedouros, curtumes, empresas de embutidos e outras”, lembra Vargas.
A alimentação saudável não é a única responsável pela melhor qualidade de vida. Atividade física, não fumar nem beber também devem entrar no jogo. Uma pessoa que pratica tais hábitos pode eliminar em até 90% os riscos de desenvolver diabetes, em até 80% o risco de ter um ataque cardíaco e pode ter 50% menos risco de sofrer um derrame.
Menu Vegano
Para ajudar pessoas como Tatiana e Aurelino a buscarem mais qualidade de vida, o nutricionista Ricardo Vargas criou o curso Menu Vegano, que oferece aulas práticas e gratuitas sobre o preparo de alimentos saudáveis e sustentáveis à base de plantas. “O que pretendemos com o Menu Vegano é lançar um desafio para que as pessoas possam experimentar em trinta dias os benefícios de uma alimentação baseada em plantas”, observa o especialista.
Vargas complementa que nos três dias de aulas práticas e gratuitas, será possível aproveitar o máximo dos benefícios que a dieta à base de planta pode trazer. “Quem aceitar o desafio vai comprovar, na prática, os benefícios. Eu sugiro fazer exames bioquímicos antes de iniciar os 30 dias e refazê-los no final da jornada. Exames básicos, como glicose, insulina, triglicerídeos, colesterol total e frações, TGO e TGP, ureia e creatinina. Tive milhares de pacientes que tiveram suas vidas transformadas e quero ajudar o máximo possível de pessoas a obterem melhor qualidade de vida”, finaliza o nutricionista.
As aulas gratuitas do curso Menu Vegano serão ministradas nos dias 13, 14 e 15 de setembro, às 20h. Para ter acesso, é preciso fazer um cadastro clicando aqui.