27/08/2021 às 13h04min - Atualizada em 28/08/2021 às 23h20min

Pesquisas apontam mudanças de comportamento dos viajantes no mundo pós-pandemia

Pesquisas demonstram novo perfil de viajantes a lazer e a trabalho no mundo pós-pandêmico

DINO
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Com a proximidade do verão no Brasil e com a proximidade das férias de fim de ano, muitas pessoas já planejam suas viagens. De fato, viajar é algo que está na mente da maioria dos brasileiros - que por prudência sanitária e respeito aos protocolos de saúde ficaram limitados durante a pandemia.

Depois de mais de um ano e meio entrando e saindo de restrições que alteraram roteiros, projetos e eventos familiares importantes, é evidente que muitas pessoas estão ansiosas para viajar e recompor as energias. As diversas vacinas contra a Covid-19 são um alento para a humanidade, sendo uma resposta sem precedentes por parte da ciência para uma crise mundial de proporções amedrontadoras. Em muitos países, o número de vacinações atingiu um nível confortável e os governantes e autoridades decidiram se abrir novamente aos turistas. Há poucos dias, o governo alemão desbloqueou a entrada de brasileiros, mudando a classificação de risco e facilitando os trâmites. Em muitas localidades da América do Norte e Europa, os funcionários estão de volta aos escritórios, os alunos estão de volta às escolas e, de um modo geral, as coisas parecem seguir uma direção segura pela primeira vez após muitos meses.

Muitos estão se perguntando como será uma viagem em um mundo pós-pandemia. As restrições dificultam viajar com a família? A indústria de viagens terá uma recuperação total e rápida? É mesmo seguro viajar com a nova variante Delta e outras que possam surgir? Essas perguntas são válidas, pois ainda estamos nos adaptando para conviver com um vírus mortal.

Embora não haja como saber exatamente o que acontecerá nos próximos meses, existem algumas previsões claras de como será o futuro das viagens após a pandemia de Covid-19. Mudanças comportamentais e procedimentais são evidentes.

Uma dessas mudanças é o uso de videoconferências para reuniões, aulas, treinamentos, contatos e negociações. Em uma pesquisa realizada pela Zoom Vídeo Communications, que decidiu analisar como os consumidores de dez países diferentes pretendem usar as videoconferências após a Covid-19, 90% dos brasileiros afirmaram que “tudo terá um componente virtual mesmo após a pandemia”. Tais recursos existem há décadas, mas parece que foi necessário ocorrer uma pandemia para que as entidades e empresas realmente usassem a tecnologia de modo pleno e efetivo. Agora, em vez de enviar um executivo a um país, para outro estado ou mesmo para uma cidade diferente, se deslocando por dias ou horas de distância para reuniões ou capacitações, os empregadores estão reconsiderando fortemente essa necessidade. As interações cara a cara podem ser preferíveis em algumas situações, mas, absolutamente, não são necessárias na maioria dos casos. É muito mais econômico e prático para as pessoas e empresas usarem um serviço online para conexão. E com restrições de viagem ainda em vigor, é muito mais seguro usar os sistemas de videoconferência.

Outro ponto que sinaliza mudança de comportamento é que, embora algumas pessoas se recusem a ser vacinadas por uma infinidade de razões, elas precisam chegar a um entendimento sobre requisitos de vacinação e medidas de saúde. Uma pesquisa divulgada no mês passado pela rede ABC e pelo jornal “The Washington Post” revelou que 33% dos adultos norte-americanos não querem se vacinar contra a Covid-19. Embora muitas defendam com base legal que não possam ser obrigadas a se vacinar, isso não significa que as instituições privadas não possam exigir vacinação ou uma máscara para permitir acesso ou garantir uma vaga. O limite da liberdade individual é quando ela tange ao risco de terceiros.

Outro ponto de transição é que a pandemia certamente alterou para sempre a maneira como as pessoas pensam sobre as viagens. De acordo com Ricardo Mendonça, diretor geral da Next Seguro Viagem, agência paulistana especializada na comercialização de planos de seguro viagem, “muitos viajantes estão optando por maneiras mais ecológicas de viajar e em turismo doméstico, planejando opções próximas de sua casa, por períodos longos”.

Mendonça ainda destaca que “a pandemia certamente estressou o mundo, em níveis desesperadores e incontroláveis. O desejo de viajar para cidades densamente povoadas e tumultuosas foi agora substituído pelo desejo de viajar para destinos mais serenos, em média e longa duração. Junto com esse desejo de relaxar e reiniciar, muitas pessoas estão pensando em segurança e paz e não querem expor-se dentre grandes multidões”.

Um relatório recente divulgado pela Pacific Asia Travel Association mostrou que as precauções de saúde e segurança são agora um fator muito mais significativo na mente dos viajantes do que o preço da viagem. Mais de dois terços dos entrevistados estão preocupados com o vírus e querem evitar lugares lotados para que possam manter a si mesmos e outras pessoas seguras.

Estes dados apontam que a tendência será um menor deslocamento nas viagens a lazer. Os viajantes sempre tiveram o desejo de conhecer tantos lugares quanto possível dentro de um roteiro de férias, mas a fadiga pandêmica e a preocupação com segurança se tornaram extremas. Deste modo, muitas pessoas estão optando mais por viagens de baixa mobilidade do que conhecer muitos cenários em um curto período de tempo. 



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