31/05/2021 às 13h46min - Atualizada em 31/05/2021 às 13h46min

​Acusados de participarem de roubo e morte do policial Mello pegam 250 anos de prisão

Sete foram presos e autuados em flagrante todos residiam em Mogi Guaçu
     Acusados de latrocínio – roubo seguido de morte, as sete pessoas envolvidas no caso ocorrido em 29 de julho de 2019, que resultou na morte do policial Alan de Souza Melo, tiveram suas sentenças definidas no último dia 19 e apresentada durante a semana à imprensa. Ao todo as condenações chegam a perto de 250 anos de prisão.
    A denúncia de latrocínio foi encaminhada à 2ª Vara da Comarca pela promotora Patrícia Barsotini e acatada pela juíza Hélia Regina Pichotano que, após conclusão dos autos, onde várias testemunhas e principalmente os acusados foram ouvidos, aplicou a pena, com a maioria dos envolvidos atingindo a mais de 40 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado.
 
ROUBO E CRIME
     A morte do policial militar Melo aconteceu por volta das 2h30 da madrugada de 29 de julho de 2019, quando se encerrava a Festa do Peão de Itapira daquele ano, no Recinto Agropecuário “Carmem Ruete de Oliveira”. Conforme o apurado pela reportagem na ocasião, ao tentar evitar roubo contra o locatário da praça de alimentação, Melo, que estava em férias, foi baleado e, não resistindo aos ferimentos, veio a falecer. O policial percebeu a ação de ladrões quando saia do banheiro, notando dois indivíduos, armados, adentrando no escritório (trailer) onde estavam os responsáveis pela praça de alimentação. Percebendo que se tratava de roubo, Melo tentou evitar a ação e chegou a anunciar que era policial. Porém, foi surpreendido por um terceiro indivíduo, mais tarde identificado como Bruno Malagueta, então com 24 anos, que dava cobertura à ação e acabou desferindo um tiro de revólver calibre 32 contra o PM. Mesmo ferido, Melo conseguiu se virar e atirou contra o comparsa da dupla, acertando sua perna. Na sequência, um dos assaltantes que havia invadido o escritório também atirou contra o policial. Com dois disparos na região do tórax, Melo caiu ao solo e, antes que o socorro chegasse, veio a óbito. Mesmo ferido, Malagueta, amparado por Mary Ellen Adorno, 19 anos na época, iniciou fuga. A jovem, inclusive, tentou colocar o "namorado" dentro de um carro pertencente a um vendedor de milho verde, que se preparava para deixar o Recinto Agropecuário.
Populares que ainda estavam no local, cercaram o casal, onde a polícia já havia sido acionada. Sargento Faria e soldados, Yan e Geasi deslocaram ao Recinto, onde constataram o óbito do companheiro de corporação. Eles detiveram Mary e providenciaram socorro à Malagueta, que foi encaminhado ao Hospital Municipal, onde passou por cirurgia. Os investigadores Daniel e Anderson Lenhari foram comunicados do ocorrido, bem como o delegado Richard Lolli, que determinou que a equipe do IC realizasse os trabalhos periciais no local do crime.
     Foi apreendida a arma ponto 40 de Melo, bem como o revólver calibre 32 que estava na posse de Malagueta. Depois dos depoimentos dos comerciantes, bem como de duas testemunhas que presenciaram o roubo, Lolli autuou em flagrante o casal. A jovem foi encaminhada para o presídio feminino de Mogi Guaçu, enquanto que Malagueta ficou sob escolta policial no HM por alguns dias. O corpo de Melo foi sepultado na cidade de Bandeira do Sul, município próximo a Poços de Caldas. Na ocasião, aos investigadores Daniel e Anderson, Mary disse que estava namorando Malagueta há apenas um mês e que o casal residente em Mogi Guaçu vieram para Itapira em um Uber. No Recinto, Malagueta encontrou com um indivíduo que conheceu na cadeia e o mesmo o convidou para realizar o assalto, entregando ao namorado o revólver calibre 32.
     Assim que amanheceu o 29 de julho, as unidades da Polícia Militar e integrantes da equipe D da Guarda Municipal, bem como o Canil, se uniram para tentar encontrar os outros dois assaltantes. Toda a área situada atrás do Recinto Agropecuário foi vasculhada e o resultado foi o encontro de vestimentas dos meliantes, quatro malotes e certa quantia de dinheiro. Também houve o apoio do helicóptero Águia. Durante as investigações, foi descoberto que a fuga dos assaltantes foi pela mata vasculhada, com os mesmos saindo ao lado de um campo de futebol. Naquele local, um veículo com outro comparsa aguardava os assaltantes.
 No início da noite de 29 de julho, as unidades policiais procuravam a identificação completa dos demais envolvidos, que estavam em uma, juntamente com Malagueta, no celular de Mary, que foi apreendido para perícia. Nesta foto, um boné encontrado na mata próxima ao Recinto, estava sendo usado por um dos investigados. Também foram presos, pela equipe Força Tática, em Aguaí, no mesmo 29 de julho, Lucas de Souza Pereira, Vitor Eduardo Alves e Natalie Maria Ferreira Eduardo, todos com 19 anos. Em Estiva Gerbi foram detidos Leonardo Augusto Teixeira, 24 anos, e F. F., 20. Teixeira levou policiais ao Recinto, onde a segunda arma usada na morte do policial foi encontrada. Ao todo, foram sete os presos que foram autuados em flagrante pelos delegados Anderson Cassimiro de Lima e Cintia Palma Rubem. Todos residiam em Mogi Guaçu.
 
CONDENAÇÕES
     E depois de todos os trâmites legais, a juíza Hélia Regina Pichotano aplicou a pena aos acusados de participarem do roubo e da morte do policial, bem como daqueles que ajudaram a fuga dos assassinos. Bruno Malagueta pegou 44 anos, 10 meses e 24 dias de prisão, mais 18 dias/multa. Mary Ellen Adorno, 33 anos, cinco meses e 10 dias, mais 14 dias/multa. F. F., 33 anos, cinco meses e 10 dias, mais 14 dias/multa. F. F. conseguiu habeas corpus e está recorrendo em liberdade. Segundo a promotora, ele teve a prisão preventiva substituída por medidas cautelares por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
     Natalie Maria Ferreira Eduardo, 33 anos, cinco meses e 10 dias, mas 14 dias/multa. Lucas de Souza Pereira, 33 anos, cinco meses e 10 dias, mais 14 dias/multa. Leonardo Augusto Teixeira, 38 anos, sete meses e 16 dias, mais 16 dias/multa. Vitor Eduardo Alves, 33 anos, cinco meses e 10 dias, mais 16 dias/multa.

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