Teve início a Campanha Contra a Febre Aftosa, que é, sem dúvida alguma, uma das mais importantes do Brasil. Este ano houve uma alteração no calendário e até o dia 31 de maio serão vacinados bovinos e bubalinos com até 24 meses de idade.
Nossa equipe de reportagem foi recebida pela equipe da Defesa Regional de Mogi Mirim, órgão responsável por 11 cidades da região, entre elas Itapira, Mogi Mirim e Mogi Guaçu. Os números da Regional impressionam: são 92 mil cabeças de bovinos e 400 de bubalinos, com Itapira liderando a região: 35 mil bovinos e 200 bubalinos. Mogi Guaçu tem 15 mil bovinos e Mogi Mirim 16 mil.
João Paulo Nikolaus, médico veterinário que faz parte da equipe da Defesa Agropecuária que vai coordenar e fiscalizar a campanha em nossa região esclareceu alguns pontos: “essa alteração da etapa de vacinação não interfere na fiscalização das propriedades, sendo mantido o sorteio de propriedades para o acompanhamento da vacinação, como medida de fiscalização e monitoramento dos procedimentos de vacinação. Podendo assim orientar os produtores, tirar dúvidas e esclarecer a importância da erradicação da Febre Aftosa no Estado”, explicou João Paulo. O médico veterinário Denis Yukio Otaka atua também na equipe da Defesa Regional de Mogi Mirim.
Nikolaus deu dicas importantes para os pecuaristas no que diz respeito à compra de vacinas: “A qualidade das vacinas é garantida pelos laboratórios fabricantes e pelo MAPA, as vacinas comercializadas nesta campanha, já foram aprovadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Para manter a qualidade da vacina o produtor deve mantê-la refrigerada entre 2° e 8°C desde sua compra até o momento da aplicação, sendo muito importante uso de caixas de isopor com bastante gelo, para conservar a temperatura citada. Outro aspecto importantíssimo é a higiene no processo de aplicação, utilizando seringas e agulhas devidamente limpas e higienizadas, o produtor deve lavar muito bem as seringas e agulhas, podendo fervê-las antes da vacinação, lembrando de esperar a seringa esfriar para seu uso. Recomenda-se também, a troca e desinfecção das agulhas a cada 10 animais vacinados, podendo utilizar álcool 70% na desinfecção das agulhas.
Ressalto que, o uso de agulhas velhas, com pontas danificadas, a falta de uma contensão apropriada dos animais e a falta de higiene na aplicação são os principais fatores que levam a ocorrência de lesões (nódulos e abcessos) após a aplicação da vacina”. Ele ressaltou que desde a etapa de maio/2019, são utilizadas vacinas com doses de 2 ml.
O pecuarista tem que se atentar à outra etapa importante no processo, que seria a declaração de vacinação junto à Defesa Agropecuária: “O produtor, após realizar a vacinação do seu rebanho deve fazer a declaração da vacinação junto a Defesa Agropecuária através do Sistema de Gestão de Defesa Animal e Vegetal - GEDAVE, ou entregando a declaração pelo email da Defesa Agropecuária (
[email protected]). Por meio deste sistema, conseguimos verificar quais propriedade já procederam a vacinação, pontuou João Paulo Nikolaus.
Questionado sobre a punição para aqueles que insistirem em não vacinar o rebanho, Nikolaus foi taxativo: “Os produtores que não realizaram a vacinação dentro do prazo da campanha de 01 a 31 de maio, ficarão com o rebanho impedido de realizar movimentação para outras propriedades, até comprovarem a realização da vacinação. Após o fim do prazo citado, o produtor deve procurar a unidade de Defesa Agropecuária para solicitar a autorização de compra de vacina e assim se regularizar o mais rápido possível. O produtor que não vacinar dentro do prazo da campanha ou não declarar a vacinação até o 07 de junho, podem ser autuados no valor de 05 UFESP’s (159,85 reais) por cabeça que deixar de vacinar e 03 UFESP’s (95,91 reais) por cabeça que deixar de comunicar”.
“O compromisso de todos com a vacinação contra febre aftosa é importantíssimo para a manutenção do status sanitário do Brasil, como livre de Febre Aftosa e assim manter-se como um dos principais países exportadores de carne do mundo”, explicou Nikolaus.