17/03/2022 às 17h42min - Atualizada em 21/03/2022 às 18h20min

Conselho criará base de dados sobre enfermeiros brasileiros

Atualmente, o Observatório da Enfermagem apura informações sobre contaminação e óbitos de profissionais causados pela Covid-19. Grupo de trabalho vai ampliar o banco para criar base de dados sobre profissionais que contribuam com as discussões sobre políticas públicas, projetos de lei em favor da categoria e planejamento dos Conselhos Regionais.

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Em dois anos da pandemia da Covid-19, mais de 60 mil profissionais da enfermagem foram contaminados com o vírus da Covid-19, que levou a óbito mais de 870 deles. Os dados fazem parte do Observatório da Enfermagem, criado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Agora, o mesmo grupo de trabalho responsável pela ferramenta quer ampliar as informações do Observatório e criar uma base de dados sobre os profissionais da área que atuam no Brasil.

A ideia, segundo o Cofen, é que as informações contribuam nas discussões de políticas públicas, elaboração de projetos de lei em favor da categoria e planejamento dos representantes da categoria nos estados. Atualmente, o Conselho Federal e suas representações nos estados lutam pela valorização do profissional de enfermagem e a aprovação do piso salarial para a categoria por meio de projeto de lei no Congresso Nacional.

As movimentações da categoria se intensificaram especialmente após o primeiro ano de pandemia do novo coronavírus. Os profissionais de enfermagem estão na linha de frente do combate à doença e foram os responsáveis por operacionalizar a campanha de vacinação em todo país. “Especialmente durante a pandemia, o enfermeiro é o profissional que está à frente de todos os quadros que se apresentam”, enfatiza a enfermeira Valéria da Silva Lima Salgado, que tem mais de 10 anos de experiência na área.

Para além do combate à pandemia, os profissionais de enfermagem são essenciais para o atendimento da população, e são o primeiro contato do paciente que chega a uma unidade de saúde. “O enfermeiro é responsável por promover práticas sociais. É o profissional que está ativo em todas as unidades de saúde, seja pública ou privada”, completa.

Nas unidades de saúde, o profissional é o responsável por fazer o primeiro atendimento.  “Fazemos a coleta de informações do paciente por meio de uma entrevista e conversa, checamos seus sinais vitais – como pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura – e encaminhamos para exames preliminares, fazemos o controle de infecção hospitalar, dentre outras funções”, explica Valéria Salgado.

Além desse contato inicial, o profissional de enfermagem também garante suporte às consultas e atendimentos de diferentes públicos e idades. “No atendimento às gestantes, o profissional acompanha o crescimento e o desenvolvimento do feto e orienta em todo processo pré e pós-parto. Com as crianças, faz o acompanhamento de crescimento, orienta pais e faz a vacinação. Já na atenção à saúde da mulher, o enfermeiro é responsável pelo primeiro atendimento relacionado à prevenção do câncer de mama, útero, doenças sexualmente transmissíveis, entre outras”, esclarece.

Ela diz sentir que a categoria obteve reconhecimento nos últimos anos, mas ainda é preciso mais valorização. “A enfermagem é uma profissão que salva vidas humanas. A sociedade entendeu o que é a função de um enfermeiro, no entanto, ainda há muito a conquistar em termos de valorização profissional”, conclui.

Vacinação em massa estancou mortes contra a Covid-19

Na linha de frente da vacinação contra o vírus da Covid-19, os enfermeiros foram os responsáveis pela campanha de vacinação da Covid-19 em todo país. No estado de São Paulo, levantamento da Secretaria de Saúde do Estado comprova que a vacina salva-vidas. O cruzamento de informações mostrou que a doença mata 26 mais os não vacinados.

O levantamento analisou 8.283 mortes reportadas por 645 municípios do estado no período entre 5 de dezembro de 2021 e 26 de fevereiro de 2022, exatamente nas semanas da onda de casos da variante Ômicron. Para chegar ao resultado, foram considerados 7.942 óbitos, que eram os que estavam com informação relacionada à vacinação.

O número de mortes ocorridas no período entre os não vacinados foi de 332 por 100 mil habitantes, contra 13 de quem possuía esquema vacinal completo com duas doses. Os dados também apontaram que os óbitos foram 69% maiores em vacinados com apenas uma dose, ou seja, 22 mortes por 100 mil habitantes, se comparado com os que têm esquema vacinal completo com duas doses.



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