A pandemia da COVID-19, decretada oficialmente em março de 2020, ainda causando inúmeros efeitos econômicos e sociais, impacta diretamente a manutenção das atividades de ONGs e os indivíduos que se beneficiam dos projetos sociais. Assim, as doações acabam sendo um ponto de alívio aos grupos de maior vulnerabilidade, como crianças, idosos e deficientes. Em junho de 2021, o portal Exame relatava que a cultura de doação e solidariedade estava se fortalecendo durante a pandemia, sendo que até aquele momento, segundo dados do Monitor das Doações COVID-19, criado pela Associação Brasileira de Captação de Recursos (ABCR), haviam sido doados mais de R$ 7 bilhões, entre março de 2020 e maio de 2021 por empresas, instituições e pessoas físicas para ajudar o País a enfrentar a crise. Entretanto, cerca de seis meses depois após o estudo, a situação sofreu uma grande mudança.
Atualmente, fatores como o desemprego, a inflação crescente, o encarecimento dos produtos e a queda no poder de compra do consumidor fizeram com que o número de doações caísse rigorosamente pelo país. O portal O Globo indicava há 3 meses que a alta nos preços fez doações de comida desabarem até 97%, acendendo o sinal de alerta em ONGs. O portal Migalhas divulgou recentemente dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar em Contexto de Covid, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, que revelou que 52% dos domicílios brasileiros estão em insegurança alimentar leve, moderada ou grave e, desses, 19,1 milhões de pessoas passam fome.
Mesmo com este cenário desanimador enfrentado atualmente, algumas ações em algumas cidades pelo Brasil estão permitindo manter a ajuda a grupos mais vulneráveis de diferentes formas: em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul (MS), segundo o portal Campo Grande News, foi realizada em janeiro de 2021 uma campanha que arrecadou 500 kg de alimentos e roupas para famílias de baixa renda impactadas pela pandemia. O portal Isto É indicou a criação de um ‘mercadinho solidário’ em uma comunidade do Rio de Janeiro, sustentado por pessoas físicas e sem a contribuição de empresas, sendo que a ideia que era "apenas" um mercado solidário, agora está prestes a virar uma organização não governamental (ONG). Na Paraíba, segundo o Jornal da Paraíba, durante o Salão do Artesanato Paraibano, que durou de 12 de janeiro a 6 de fevereiro de 2022, houve uma campanha de arrecadação de alimentos para doar para o Hospital Padre Zé, localizado em João Pessoa, e ao todo, conforme a organização do evento, foram doadas mais de 4 mil toneladas de alimentos não perecíveis para a unidade hospitalar.
Um outro exemplo de apoio a grupos vulneráveis, dessa vez realizado por uma empresa, é o da B&B Hotels, rede francesa de hotéis, que anunciou essa semana que firmou uma parceria para apoio e suporte à ONG Aldeias Infantis SOS, que presta atendimento e ajuda crianças, jovens e famílias, estando em 137 países, com mais de 4 milhões de atendimentos já realizados em 72 anos de existência. Além dos hóspedes poderem doar o montante que desejarem, a B&B Hotels Brasil realizará a doação dos valores acumulados na economia da lavagem de enxoval, ou seja, quem estiver hospedado em um dos seis hotéis da rede no Brasil e optar em não trocar as toalhas de seu apartamento, então o valor referente ao enxoval que seria utilizado será repassado diretamente a ONG, que conta com mais de 70 projetos em 31 localidades, em 54 anos de presença.