28/12/2021 às 14h52min - Atualizada em 28/12/2021 às 19h20min

Em 21% das empresas, há ações para profissionais idosos

Dados revelam os desafios dos profissionais com mais de quarenta; empresário fala sobre a economia prateada e explica por que os 40+ têm ganhado destaque como modelos

DINO
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No Brasil, construir ou mudar de carreira representa um desafio para profissionais com mais de quarenta anos. É o que demonstra um estudo de cultura corporativa da Top Employers Institute, que coletou respostas de 1.200 empresas de diversos países. Segundo a análise, 21% das companhias do país desenvolvem ações para “atrair, engajar e reter pessoas idosas”, ao passo que na Europa 50% dos negócios investem em ações do gênero.

Paralelamente, 1% das vagas em empresas brasileiras são preenchidas por pessoas com mais de 65 anos, conforme o estudo “Envelhecimento da Força de Trabalho no Brasil”, realizado pela consultoria PWC em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas).

A nível global, 15% dos empregadores oferecem treinamentos ou educação continuada para manter as habilidades dos profissionais mais experientes, segundo resultados de um balanço divulgado pelo Instituto para a Longevidade Mongeral Aegon, que ouviu 16 mil trabalhadores em 15 países.

Apesar disso, na análise de Guilherme Schneider, CEO da Forum Model Management - empresa que atua com agenciamento, capacitação e desenvolvimento artístico -, cresce o contingente de profissionais que investem no aperfeiçoamento e buscam uma mudança de carreira a partir dos quarenta anos de idade.

“Exemplo disso, em Curitiba (PR), o Imap (Instituto Municipal de Administração Pública), órgão que gerencia a contratação de estagiários para as secretarias e órgãos municipais, tem em seu quadro estagiários com mais de 40 anos, conforme divulgado recentemente - com 108 estagiários que representam 8,4% dos 1.285 contratados”, cita.

Economia prateada impulsiona modelos 40+ 

Schneider afirma que a mudança de carreira é um fenômeno que pode ser observado no mundo da moda: “a presença de perfis com mais de 40 anos - que antes de se tornar modelos desempenhavam diferentes profissões - tem crescido nas agências, devido ao fato de que grandes produções da TV, cinema e publicidade vêm utilizando, cada vez mais, os perfis mais maduros”, analisa.

“Afinal”, prossegue, “os consumidores com mais de sessenta anos - membros da chamada ‘economia prateada’ - movimentam R$ 1,6 trilhão por ano no Brasil, o que exige que as marcas invistam em representatividade”, complementa, citando indicativos da Tsunami60+, pesquisa realizada pela Pipe.Social em parceria com a Hype60+.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 13,7% da população brasileira é composta por mulheres maduras. “Além do mais, o público sênior responde por 50% do consumo global”, destaca Schneider, em referência a indicativos da Hype 60+.

O empresário destaca que, com o aumento da expectativa de vida, a população com mais idade deve se tornar cada vez mais ativa nas compras e utilização de serviços. Com efeito, em 2050 o Brasil terá mais de 68,1 milhões de cidadãos com mais de sessenta anos, conforme estimativa da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos. 

“Assim, torna-se importante retratar essa faixa etária nas propagandas, filmes e séries, o que gera uma demanda crescente por modelos com quatro décadas ou mais - e dá uma nova oportunidade a um público que, muitas vezes, enfrenta preconceitos e outros desafios em suas carreiras de origem”, afirma.

Modelos maduros buscam representatividade 

O CEO da Forum Model Management explica que, após os primeiros trabalhos, há modelos que conciliam duas atividades, e mesmo aqueles que optam pela troca de profissão. “Muitas vezes, a carreira de modelo começa como um paralelo, até mesmo um hobby e, com o passar do tempo, acaba se tornando a principal atividade”.

Para concluir, Schneider destaca uma declaração do diretor-superintendente do Sebrae-SP, Wilson Poit, que afirma que “essa população [ economia prateada] não tem sido atendida de forma satisfatória”, menciona. “Atentas a esse fator, as marcas têm apostado cada vez mais em publicidade com os modelos acima de 40 anos de idade que, cada vez mais, devem desempenhar um papel de protagonismo na sociedade”, finaliza.

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